A missão conjunta de observação eleitoral da União Africana (UA) e do Mercado Comum da África Oriental e Austral (Comesa) considerou hoje que as eleições no Zimbabwe foram “transparentes”, mas não cumpriram todos os “requisitos” da Constituição.
“No geral, as eleições foram realizadas de forma pacífica e transparente, apesar dos desafios logísticos com a disponibilidade e distribuição de boletins de voto”, o que atrasou a abertura em algumas áreas, disse o chefe da missão, o ex-presidente nigeriano Goodluck Jonathan.
No entanto, as eleições, realizadas em 23 de Agosto e que foram prolongadas para o dia seguinte devido precisamente a atrasos em alguns locais de voto, “não cumpriram os requisitos da Constituição e da lei eleitoral”, declarou, numa conferência de imprensa em Harare, a capital, apontando vários motivos.
A Comissão Eleitoral não forneceu atempadamente à oposição a lista de eleitores, apontou, denunciando também a detenção, na noite passada, de 41 membros de um grupo da sociedade civil, acusados de contar ilegalmente votos com a ajuda do principal partido da oposição, a Coligação Cidadãos pela Mudança (CCC).
A este respeito, a missão expressou “profunda preocupação com a detenção de atores da sociedade civil e o confisco de computadores e documentos”.
A equipa da UA e do Comesa, composta por 33 observadores, visitou 566 mesas de voto, de um total de mais de 12.000 em todo o país.
Os observadores notaram que “não foram registados incidentes de violência” e que o processo de votação decorreu maioritariamente de forma ordeira, salvo “casos isolados em que houve alguma agitação devido a atrasos na abertura das mesas de voto”, especialmente em Harare e Bulawayo (oeste), a segunda maior cidade do país.
Embora 11 candidatos concorram à presidência, apenas dois têm hipóteses de vencer: o actual Presidente, Emmerson Mnangagwa, de 80 anos, líder da União Nacional Africana do Zimbabué-Frente Patriótica (ZANU-PF), que se recandidata, e Nelson Chamisa, de 45 anos, líder da CCC.
Se nenhum dos candidatos conseguir mais de 50% dos votos, será realizada uma segunda volta entre os dois mais votados em 02 de Outubro, de acordo com a lei.
Organizações de direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch, denunciaram a crescente perseguição da dissidência no país antes das eleições, bem como a perseguição política de líderes da oposição. (RM /NMinuto)

Fonte:Rádio Moçambique Online

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