Eleições no Zimbabwe: Vinte e três com olhos na presidência

AS próximas eleições gerais no Zimbabwe tinham já um marco, de serem as primeiras desde a independência do país, em 1980, sem Robert Mugabe. Agora ficam também notáveis pelo número recorde de candidatos à chefia do Estado: 23 são as opções que os eleitores zimbabweanos terão quando em 30 de Julho forem às urnas.

A Comissão Eleitoral do Zimbabwe (ZEC, na sigla em inglês) anunciou quinta-feira que 23 candidatos apresentaram “com sucesso” os documentos para concorrerem às presidenciais nas eleições de Julho.

Este número constitui um recorde, e já é descrito por analistas políticos locais como um sinal de uma democracia madura e de ampla abertura do espaço político pela nova liderança do país encabeçada pelo Presidente Emmerson Mnangagwa, chegado ao poder em Novembro de 2017, após a resignação de Robert Mugabe.

Entre as 23 candidaturas aprovadas, estão as de Emmerson Mnangagwa (ZANU-PF), Nelson Chamisa (Aliança MDC), Ambrose Mutinhiri (Frente Patriótica Nacional, partido constituído maioritariamente por dissidentes da ZANU-PF e considerado próximo de Mugabe), Joice Mujuru (Coligação Popular do Arco-íris) e Violet Mariyacha (Movimento Democracia Unida).

Apesar desta numerosa concorrência, a disputa circunscreve-se verdadeiramente ao Presidente Mnangagwa, 75 anos, e o líder da Aliança MDC, Nelson Chamisa, 40 anos.

O ministro dos Assuntos Jurídicos e Parlamentares, Ziyambi Ziyambi, mandatário da candidatura de Mnangagwa, mostrou-se confiante na vitória em 30 de Julho.

“Estamos preparados para esta eleição e estamos confiantes na vitória”, afirmou na quinta-feira em declarações ao “The Herald”, o principal jornal do Zimbabwe.

Por sua vez, o secretário-geral da Aliança do MDC, Douglas Mwonzora, disse que “o processo até agora tem corrido bem” e a sua maior preocupação eram os cadernos eleitorais.

A porta-voz da ZEC, Priscilla Chigumba, tranquiliza, no entanto. “(…) Todos os nossos preparativos estão em andamento. Temos os dados provisórios do recenseamento eleitoral disponíveis para quem quiser consulta-los”. – (HERALD/VOA)