Cercade 10 milhões de toneladas de carvão mineral foram produzidas de Janeiro a Outubro último nas minas da Vale, em Moatize, província de Tete, o que representa já quase o dobro dos níveis de 2016, que se fixaram em 5.9 milhões de toneladas.

A perspectiva da mineradora é de produzir 13 milhões de toneladas de carvão térmico e metalúrgico até Dezembro, o que vai significar um aumento na ordem de 120 por cento, comparativamente aos resultados do ano passado.

 Os números foram divulgados ontem, em Moatize, pela própria mineradora de capitais brasileiros durante uma visita de jornalistas ao empreendimento, que tem uma área de exploração de 23.700 hectares.

Rogério Sendela, um dos responsáveis da Vale, mostrou-se confiante no alcance da meta, explicando que a “grande” subida de produção de um ano para outro deve-se ao facto de a firma contar, desde finais de 2016, com uma segunda planta de processamento, aliado à entrada em funcionamento de uma linha ferroviária com capacidade e níveis de segurança operacionais muito acima da que vinha usando desde o início das operações. Contribuiu ainda a activação de uma segunda mina.

De facto, a companhia passou a poder processar 22 milhões de toneladas de carvão por ano, contra o tecto de 11 milhões, que é a capacidade instalada em cada uma das plantas.

Do mesmo modo, com a entrada em funcionamento do Corredor Logístico do Norte (CLN), que inclui uma ferrovia que liga Moatize e porto de Nacala, passando por Malawi, a Vale deixou de usar a “frágil” linha de Sena, que liga a região carbonífera de Tete e Beira. A capacidade do CLN é de 18 milhões de toneladas de carga por ano, contra as cerca de seis mil que a linha de Sena pode suportar, de acordo com dados avançados pela Vale.

A fonte garantiu que não obstante ter-se produzido cerca de 5.9 milhões de toneladas durante o ano passado, os volumes de exportação foram muito acima deste número, pois havia carvão processado e que aguardava pelo carregamento para o porto da Beira.

Actualmente, cinco comboios com 120 vagões de carvão partem por dia de Moatize com destino a Nacala, num percurso feito em cerca de 30 horas. Cada composição leva 7.560 toneladas de carvão, que são exportadas para Índia, Japão e Brasil, para além de outros mercados.    

Ontem, a companhia abriu as portas à imprensa para visitar várias unidades como a primeira mina que é explorada desde 2011, as duas plantas de processamento e a zona de carregamento de carvão. 

Hoje o dia está reservado a projectos sociais, com destaque para uma visita a Cateme, onde foram reassentadas 716 das 1365 famílias que viviam na área concessionada à Vale, que venceu em 2004 o concurso público internacional para a exploração das minas de Moatize.

José Chissano, em Moatize

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/73551-em-10-meses-vale-duplica-producao-de-carvao.html

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