PERTO de 80 pessoas, entre as quais idosos, crianças desamparadas e jovens sem recursos, vivem apinhados nas oito casas existentes no Centro de Apoio à Velhice no posto administrativo de Nhangau, arredores da cidade da Beira, depois da destruição de 40 moradias, em consequência dos eventos extremos, incluindo o ciclone Eloise que assolou esta região do país a 23 de Janeiro.

O facto foi revelado ao nosso Jornal pelo delegado do Instituto Nacional de Acção Social (INAS) naquela urbe, Abdul Razak, garantindo, entretanto, que o Governo, através do empreiteiro posicionando naquele local, está a envidar esforços para a reabilitação das casas destruídas pelos temporais com vista a inverter o actual cenário.

Reconhecendo que a situação é precária, Razak manifestou a sua esperança de que tudo será ultrapassado ainda este ano.

Porém, Razak aproveitou a oportunidade para apelar às pessoas de boa vontade a canalizarem apoios sobretudo aos idosos, que merecem um carinho especial da sociedade.

Por outro lado, o delegado do INAS na Beira acrescentou que o Governo está a cumprir com sua responsabilidade na assistência multiforme daquela camada social. Destacou, nesse sentido, o pagamento regular de um subsídio.

Por seu turno, a directora daquele estabelecimento de caridade, Maria Paula Almoço, descreveu que se trata de 64 idosos e 12 crianças e adolescentes que viviam nas 48 casas do Estado que existiam no local.

“Neste momento, apenas oito casas se apresentam em mínimas condições de habitabilidade. As restantes 40 estão em ruínas”, precisou.

A fonte indicou que durante a passagem do ciclone tropical “Idai”, em Março de 2019, foram destruídas 40 habitações que, no ano passado, já estavam em obras de reabilitação.

Entretanto, em Dezembro, o ciclone Chalane destruiu parcialmente um total de 16 casas que tinham sido completamente reabilitadas, uma situação que veio a agravar-se em Janeiro com ciclone Eloise.

Mesmo assim, o empreiteiro continua a executar as obras, sendo que sempre que termine a cobertura de uma casa ela é imediatamente ocupada.

Consequentemente, as pessoas vivem em condições extremamente difíceis, sobretudo neste período de intensas chuvas e ventos fortes que se verificam naquela zona costeira.

A directora do Centro de Apoio à Velhice de Nhangau lamentou a existência de alguns idosos que sofrem de problemas respiratórios, sobretudo asma, que dormem sem cobertores e em camas cujos colchões são deespessurafina.

“Clamamos por ajuda urgente, pois estamos completamente isolados e esquecidos. Mesmo que fosse um copo de soja seria bem-vindo”- desejou Almoço, apelando à ajuda de todos.

Fora disso, apurámos que o Centro de Apoio à Velhice de Nhangau, que dista 30 quilómetros do centro da cidade da Beira, enfrenta uma crise de água potável por falta de energia eléctrica.

Este é um problema que afecta todo o posto administrativo de Nhangau, depois da queda de alguns postes de transporte de corrente eléctrica.

As duas moto-bombas, com capacidade de cinco mil metros cúbicos de água cada uma, que abasteciam ao Centro de Apoio à Velhice de Nhangau, foram igualmente removidas durante a passagem dos ciclones tropicais Chalane e Eloise.

Fonte:Jornal Notícias

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