Os Caminhos-de Ferro-de Moçambique são devidos quase 60 milhões de dólares por empresas que usam as infra-estruturas e os meios de transporte de carga, mas não estão a pagar. O valor é resultante do acúmulo de dívidas não pagas e que poderia contribuir para maior robustez financeira da companhia responsáveis pelo transporte ferroviário e titular de infra-estruturas portuárias.
A vigésima segunda reunião de directores da empresa iniciada ontem, na cidade da Matola, província de Maputo, serviu de oportunidade para o Governo lembrar à companhia sobre a importância do reforço dos mecanismos de cobrança de dívidas junto aos cientes devedores.
O titular da pasta dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita, desafiou os Caminhos-de-Ferro a serem “mais eficientes na cobrança dos seus créditos que atingiram valores próximos de 60 milhões de dólares em 2017”. E sobre a matéria, Mesquita disse perante administradores e directores da empresa a nível nacional que é imperioso que se faça um trabalho profundo e sério junto dos clientes que se apresentam como maiores devedores.
Na verdade, o Governo quer que os CFM serviam de exemplo para outras companhias do sector empresarial do Estado, que, segundo o ministro, nada mais são além de centros de custos. Mas tal pode não acontecer se “não se registarem melhorias nos indicadores económicos e financeiros, referentes a cobrança de dívidas, acontecidos em 2017. Mesquita apontou, por isso, alguns caminhos.
“É urgente que se indique um responsável e um prazo de cobrança desses valores. O Conselho de Administração tem que controlar o cumprimento dessa actividade e monitorar regularmente esse indicador para que situação idêntica não se repita”, concluiu.
Volume de carga transportada aumentou em 2017
Mesmo não tendo cobrado os 60 milhões em dívida, 2017 foi um ano de sucesso para a empresa Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique. No exercício económico de 2017, o volume de carga transportada no sistema ferroviário, sob gestão dos Caminhos de Ferro de Moçambique, cresceu em 22 por cento, além do registo de resultados financeiros positivos.
“O nosso desempenho operacional foi positivo na medida em que no sistema ferroviário sob gestão dos CFM transportámos cerca de 11 milhões de toneladas líquidas contra cerca de 10 milhões de toneladas líquidas transportadas em 2016, o que representa um crescimento de 22 por cento e um nível de execução de 105 por cento em relação ao planeado”, disse o Presidente do Conselho de Administração.
A terminar detalhou ainda que em resultado da produção ferro-portuária gerada em 2017, o rácio de liquidez geral cresceu de 1,35 em 2016 para 2,39, que significa que a empresa está a altura de fazer face aos compromissos de curto prazo.
A reunião de dois dias termina esta sexta-feira e além de analisar o desempenho económico de 2017 vai debater o plano de actividades para o presente ano.
Fonte:O País