OS GOVERNOS de Moçambique e Malawi discutiram, há dias, na capital provincial do Niassa, Lichinga, as estratégias conjuntas para o combate ao crime transfronteiriço que se regista ao longo da vasta fronteira entre os dois países vizinhos.

Com o efeito, quadros superiores da Polícia dos dois países encontraram-se para avaliar o actual estágio da cooperação bilateral na área da Defesa e Segurança, tendo chegado ao entendimento de que é necessário reforçar a fiscalização na fronteira comum, para estancar alguns crimes que se registam, principalmente ao longo das fronteiras com as províncias moçambicanas de Niassa, Tete e Zambézia com o vizinho Malawi.

Durante o encontro, Paulo Chachiane, comandante do ramo da Polícia de Fronteira de Moçambique, disse que o encontro surgiu no âmbito da cooperação bilateral, que prevê o alargamento das relações existentes entre os dois países, troca de informação contínua e inteligência policial, tendo em vista assegurar o melhor controlo nas fronteiras comuns.

Explicou que a reunião de Lichinga teve como base as deliberações e recomendações da X Sessão da Comissão Conjunta Permanente de Defesa e Segurança (CCPDS), realizada em Dezembro, em Maputo, durante a qual foram traçadas linhas e balizas de como os dois países podem continuar a aprofundar o relacionamento entre as Forças de Defesa e Segurança dos dois países, sobretudo a Polícia.

Enalteceu a importância da cooperação entre os dois países, por ser um importante instrumento na resposta às migrações ilegais, protagonizadas, principalmente, por pessoas que residem ao longo das fronteiras.

Explicou que essas pessoas cometem vários crimes, vandalizam os marcos fronteiriços, uma situação que poderá, no futuro, dar azo a que os países em causa possam ter um convívio turbulento, resultante da disputa de limites de fronteira.

“O processo migratório, para ambos os territórios, deve ser legal. Não queremos que nenhum dos intervenientes viole os códigos de qualquer nação, sobretudo no que diz respeito à exploração ilegal de recursos minerais e faunísticos ”, alertou Paulo Chachiane, acrescentando que o aumento do movimento migratório ilegal tem contribuído, negativamente, para a vandalização de infra-estruturas públicas e privadas, o contrabando do milho e combustíveis, entre outros crimes.

Por seu turno, o vice inspector-geral para a área de operações da Polícia malawiana, Rodney Josse, congratulou-se com o nível de relações existente entre os dois países, referindo que Moçambique e Malawi têm a responsabilidade conjunta de lutar contra o crime transfronteiriço, tendo em vista o alcance de um ambiente pacífico, ao longo da extensa fronteira entre os dois países.

“Com esta aliança, a caça furtiva, o tráfico de marfim, cornos de rinocerontes e roubo de viaturas vão reduzir substancialmente”, garantiu o oficial da Polícia malawiana, sublinhando que “somos todos iguais, apenas separados por uma delimitação artificial, pelo que devemos encontrar soluções viáveis para os nossos dois povos”.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/politica/67758-entre-mocambique-e-malawi-policias-discutem-crime-fronteirico.html

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