A CIDADEde Nampula continua a enfrentar umagravecrise no fornecimento de água, pelo terceiro mês consecutivo, para servir uma populaçãode pouco mais de 800 mil habitantes.
A Administração Regional de Águas do Norte de Água (ARA-Norte) e o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG), chamaram há dias a imprensa para uma visita guiada à barragem sobre o rio Monapo para mostrar o estado crítico do nível de enchimento naquela infra-estrutura.
Ambas instituições desdobram-se para encontrar fontes alternativas para minimizar a crise. Actualmente, a barragem garante apenas a distribuição de oito mil metros cúbicos dia, contra os 40 mil necessários, ou seja apenas 20 por cento das necessidades reais.
Carlitos Omar, director-geral da ARA-Norte, explicou que a carência resulta da diminuição do nível de água na albufeira de Nampula, devido àescassez de chuvas.“A situação agravou-se porque no ano hidrológico 2018-2019 a chuva foi escassa e, por outro lado, segundo as previsões meteorológicas,este ano teríamos precipitação a partir de Outubro, o que não se verifica até agora. Actualmente, a barragem apresenta-se com 800 milhões de metros cúbicos, contra os quatro mil milhões da sua capacidade”, afirmou.
Omar adiantou que estudos realizados apontam como solução definitiva e a médio prazo a construção de uma albufeira sobre o rio Melúli, um investimento calculado em 150 milhões de dólares.
Mateus Saeze, director da área operacional do FIPAG de Nampula,disse que existem vários cenários possíveis para suprir a demanda pelo precioso líquido. “O primeiro de curto prazo foi o que fizemos em Muatala (abertura de furos) e nos próximos dois dias esperamos aliviar a pressão naquela zona, tal como em Natiquiri,onde já temos uma bateria de depósitos plásticos e uma estação de tratamento, faltando apenas a ligação da corrente eléctrica para o seu pleno funcionamento”, adiantou.
O responsável informou que nos primeiros dias de Janeiro estará disponível na zona de Namiteca, arredores da cidade de Nampula, mais água a partir de uma estação de tratamento em montagem.“Numa primeira fase temos furos com capacidade para sete mil metros cúbicos de água, por dia, a que serão acrescentados mais 13 mil. Contamos assim completar cerca de metade da capacidade de produção da barragem de Nampula e, nos próximos dias, melhorar o fornecimento”, anotou.
Saeze revelou ainda que o sector mantém um serviço diferenciado de fornecimento de água para os hospitais e bombeiros.
Em Outubro passado, o FIPAG adoptouum esquema de restrições no fornecimento, uma vez que dos 40 mil metros cúbicos de água de que dispõem em situação normal ter reduzido para 20 mil.
Fonte:Jornal Notícias