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Espera-se que a Missão de Transição da União Africana na Somália tenha um novo líder nos próximos dias, depois que a relação diplomática entre o governo somali e o chefe da missão, o moçambicano Francisco Madeira, azedou na semana passada.

 

Fontes diplomáticas disseram ao The EastAfrican que seria “irrealista” que Francisco Madeira voltasse à Somália depois que o governo lhe retirou os privilégios diplomáticos. A fonte disse que o embaixador Madeira estava a ser pressionado a renunciar para que não parecesse ter sido declarado persona non grata. Entretanto, o jornal assinala que Madeira não respondeu às suas perguntas.

 

Era suposto que o chefe da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS) estaria já no terreno a dirigir o novo tipo de corpo de manutenção da paz, em substituição da AMISOM, a missão maioritariamente militar visando acabar com grupos de al-Shabaab.

 

No entanto, o período de transição coincidiu com revelações de que Madeira teve problemas com o governo da Somália depois que um áudio vazou satirizando funcionários do governo por letargia em lidar com problemas de segurança.

 

Na semana finda, o presidente da União Africana, Moussa Faki Mahamat, declarou publicamente que tinha “plena confiança” no embaixador Madeira, uma posição também apoiada pelo presidente somali Mohamed Farmaajo, mas com a qual o seu primeiro-ministro Hussein Roble não concordou. 

 

Sem perder tempo, Roble executou as ordens de expulsão de Madeira, incluindo a retirada de privilégios diplomáticos, como o acesso VIP no aeroporto, o cancelamento de sua permissão de trabalho diplomático e outras regalias que ele desfrutava enquanto servia como representante especial do presidente da Comissão da União Africana.

 

Declarado persona non grata

No entanto, Madeira já havia deixado Mogadíscio antes de ser declarado persona non grata, segundo disse uma fonte diplomática. Nomeado em 2015, Madeira, um diplomata experiente, ocupa o cargo desde Janeiro de 2016. Anteriormente, serviu como enviado especial da UA para o combate ao terrorismo. Fonte diplomática alegou que o problema da missão da UA na Somália é que “ela não muda os seus chefes civis regularmente, fazendo com que desenvolvam interesses”.

 

Recorde-se que a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, reagiu à expulsão do diplomata moçambicano, Francisco Madeira, enviado especial da Comissão da União Africana (CUA) a Mogadíscio, que desde o passado dia 06 de Abril do presente ano foi declarado pelo Primeiro-Ministro da Somália, Mohamed Hussein Roble, persona non grata, acusado de estar a praticar actos incompatíveis com o seu estatuto de diplomata.

 

Em entrevista, concedida à Rádio Moçambique (RM) à margem da visita presidencial a Botswana, Verónica Macamo disse que a decisão era ilegítima e que o governo moçambicano estava do lado da União Africana e do Presidente da Somália, Mohamed Abdullahi Farmaajo, que rejeitam a decisão do Primeiro-Ministro da Somália, tendo inclusive o chefe de estado somali ordenado que o ministro dos Negócios Estrangeiros fizesse chegar o pedido de desculpas à UA. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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