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Etiopian Airlines: Realizados funerais simbólicos das vítimas

Foram ontem realizadas “cerimónias fúnebres simbólicas” na Etiópia e no Quénia para as 157 vítimas do acidente de avião da Ethiopian Airlines, ocorrido no dia 10 do mês em curso.

Familiares choraram e atiraram-se sobre caixões vermelhos das 12 vítimas etíopes na Catedral da Santíssima Trindade na capital Adis Abeba.

Alguns dos caixões continham areia carbonizada do local do acidente porque não foi possível recuperar os corpos. As famílias foram informadas de que poderia levar até seis meses para identificar os restos mortais.

A equipa da Ethiopian Airlines juntou-se no Aeroporto Internacional de Bole para prestar homenagem à tripulação do voo 302 do Boeing 737 Max 8, que tinha como destino a capital queniana Nairobi, segundo a agência de notícias Reuters.

Em Nairobi, familiares de algumas das 36 vítimas quenianas e diplomatas de alguns dos mais de 30 países cujos cidadãos morreram no acidente juntaram-se para prestar as suas homenagens numa igreja ortodoxa etíope na cidade.

A cerimónia decorreu num clima sombrio com velas acesas e orações.

Alguns familiares disseram a BBC, no local, que só conseguirão o encerramento completo quando, pelo menos, algumas partes dos corpos dos mortos lhes forem entregues.

Os familiares das vítimas receberam uma sacola de 1kg de areia carbonizada para enterrar como parte do serviço de ontem na capital etíope, informou a agência de notícias AP.

“A areia surgiu como alternativa, porque tornou-se impossível identificar os corpos e entregar os restos mortais aos membros da família”, disse um membro de uma das famílias, acrescentando que “não vamos descansar até recebermos o corpo real ou partes do corpo dos nossos entes queridos”.

Como forma de acelerar a identificação dos mortos, os familiares dos passageiros perecidos no incidente estão a ser incentivados a fornecer amostras de DNA em Adis Abeba ou em qualquer outro escritório da Ethiopian Airlines no exterior.

As certidões de óbito devem ser emitidas em duas semanas.

“LUTO DO MUNDO”

Os enlutados no Aeroporto Internacional de Bole exibiam flores brancas, a cor tradicional do luto na Etiópia.

“Nossa profunda tristeza não pode trazê-los de volta”, disse um padre ortodoxo vestindo um turbante preto e túnicas à multidão reunida do lado de fora de um hangar no aeroporto.

“Este é o luto do mundo”, disse ele, enquanto o pessoal da Ethiopian Airlines soluçava nos braços um do outro, informou a Reuters.

Países em todo o mundo suspenderam voos com aeronaves 737 Max 8 e nove após o acidente de 10 de Março.

O ministro dos Transportes da Etiópia, Dagmawit Moges, disse no sábado que pode levar “tempo considerável” para os investigadores descobrirem a causa do acidente envolvendo o novo avião.

O gravador de dados de voo da aeronave (FDR) e o de voz da cabine (CVR), ou caixas-pretas, como são frequentemente chamados, foram recuperados e os investigadores esperam que eles possam esclarecer a tragédia. (BBC)

    Fonte:Jornal Notícias