MOÇAMBIQUE precisa de melhorar o consumo médio anual interno do açúcar por pessoa e, ao mesmo tempo, identificar mercados alternativos à União Europeia.

Esta posição foi expressa ontem por Rosário Cumbe, presidente da Associação dos Produtores de Açúcar de Moçambique (APAMO), na conferência da Federação da Associação dos Produtores do Açúcar das SADC (FSSP), que decorreu ontem, em Maputo.

O encontro visava, entre outros assuntos, analisar as implicações da saída do Reino Unido da União Europeia para o sector do açúcar da região da SADC. O Reino Unido absorve mais de metade da produção colocada neste continente.

A União Europeia é, de acordo com dados apresentados no encontro, o terceiro maior produtor e segundo maior consumidor do açúcar no mundo. Porém, a iminente saída da Inglaterra do bloco representa uma clara ameaça aos países da SADC, que, durante anos, tiveram nesta zona um mercado lucrativo.

Especialistas do sector do açúcar convidados ao evento alertam para a necessidade de a SADC ter de olhar o processo da saída da Grã-Bretanha do bloco da UE como sendo também uma oportunidade para o surgimento de outras alternativas para o seu produto.

Aliás, o próprio vice-ministro da Indústria e Comércio, Ragendra de Sousa, defendeu, na abertura do evento, a necessidade de tanto o país assim com a comunidade regional reflectirem a fim de diversificar o mercado, destacando que o mundo não acaba na União Europeia.

No geral, a região da SADC produz cerca de 3.5 milhões de toneladas e o consumo médio é de seis milhões de toneladas por ano.

Com uma capacidade instalada de 550 mil toneladas/ano, Moçambique contribui com cerca de 450 a 460 toneladas do açúcar por ano. O consumo médio por pessoa é de nove quilos, número considerado muito abaixo da média dos outros países da SADC.

É nesta óptica que, segundo Ragendra de Sousa, face aos problemas no mercado internacional, a solução deve passar pelo aumento do consumo dentro da própria região.

Calcula-se, por exemplo, que no caso concreto de Moçambique, um aumento do consumo médio para um nível de 15 quilos de açúcar por pessoa seria suficiente para absorver toda a produção anual da indústria açucareira nacional.

Rosário Cumbi ressalva, no entanto, que o aumento dos níveis do consumo interno está condicionado à melhoria das vias de acesso no país.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/71437-exportacoes-do-acucar-mocambique-desafiado-a-diversificar-mercados.html

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