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Falta de recursos para doenças crónicas preocupante no país

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O Sistema Nacional de Saúde enfrenta uma escassez de recursos humanos e materiais para o diagnóstico e tratamento de doenças crónicas não transmissíveis, que se traduz num número muito elevado de óbitos em Moçambique.
A preocupação foi expressa ontem, em Maputo, pelo Dr. Albertino Damasceno, na abertura das XV Jornadas Científicas do Instituto Superior de Ciências de Saúde (ISCISA), que no presente ano decorrem sob o lema “Doenças Crónicas não transmissíveis e Traumas em Moçambique – Prioridade na formação e investigação do ISCISA.
Damasceno atribui a situação à falta de um plano de acção concreto por parte do Ministério da Saúde, que ainda não definiu as doenças crónicas não transmissíveis como uma prioridade.
O Dr. Damasceno disse, ainda, que o nível de investimento e sensibilização para minimizar o impacto da doença é deficitário e apontou a falta de equipamentos básicos e de pessoal médico capacitado para diagnosticar e controlar as doenças.
“Vamos aos centros de saúde e o que vemos é um monte de cartazes sobre o HIV/SIDA, sobre a malária e tuberculose. Existem máquinas sofisticadas para medir o CD4 em cada centro de saúde, mas não existe um aparelho para medir a pressão arterial ou uma glicemia”, disse a fonte, citada pela AIM.
Apontou ainda a falta de profissionais em quantidade suficiente para suprir a demanda, afirmando que os funcionários dos centros de saúde deveriam saber medir e baixar a hipertensão arterial elevada.
“Nós temos que ver que o padrão destas doenças no nosso país mudou, temos que olhar para estas doenças e diagnosticá-las mais precocemente e começar a tratá-las”, anotou.
Falando da hipertensão arterial como um dos temas centrais do evento, Damasceno disse que, actualmente, quatro em cada 10 adultos são hipertensos e aponta como principais factores de risco o consumo excessivo de sal, sedentarismo e aumento de stress.
“A Organização Mundial da Saúde estabelece que o consumo de sal deve ser de cinco gramas, mas a população chega a consumir 10,6 gramas, quase o dobro do estabelecido”, advertiu.
Por isso, o cardiologista recomenda como forma de baixar a hipertensão arterial a redução do consumo de sal, sobretudo nas crianças. “Elas devem se habituar a comer comida com menos sal, quanto menos sal comermos quando crianças, menor vai ser a nossa hipertensão arterial quando formos adultos”.
Por seu turno, a Dra. Custódia Mandlate abordou a questão das doenças mentais que, no seu entender, também são desvalorizadas, numa altura em que uma em cada dez pessoas sofre de algum tipo de perturbação, resultante do stress ou depressão.
Custódia Mandlate apelou para se evitar a marginalização da doença, pois tendem a surgir novos casos de doenças mentais.
Participam no evento profissionais de saúde, especialistas, estudantes e demais convidados.

 

   

 

    Fonte:Jornal Notícias