A realização de festivais musicais e/ou de artes no país tornou-se algo constante. Além de AZGO, Zouk, Xiquitsi, há também de Songo a ganhar raízes. Sobre o aumento do número de festivais ao nível nacional, autores como Esaú Meneses, Liloca e Lizha James mostram-se satisfeitos porque, segundo entendem, esta plataforma é extremamente viável para impulsionar a arte feita em Moçambique nas suas múltiplas dimensões. Aliás, acredita Esaú Meneses, o investimento em festivais só pode criar condições para o futuro identitário do país ser algo mais consistente. “A identidade de um povo está na cultura e quem não tem identidade cultural não existe”, disse Esaú Meneses.
Ampliando mais a sua abordagem à arte musical no país, Meneses considerou que a música moçambicana está de evento em pompa. Ainda assim, precisa de ser mais acarinhada pelo empresariado. “Temos muitas empresas, mas quantas investem na arte de forma desinteressada? Precisamos também de chamar atenção aos artistas para estudarem a sua profissão, pegar na tradição e fazer dela razão de desenvolvimento da cultura. As empresas devem investir no surgimento de novos artistas e no aperfeiçoamento dos que já existem”.
Para Liloca, cantora que promete lançar duas músicas novas próximo mês, “Nimukumili” e “Sou poderosa”, os festivais de música garantem uma oportunidade de intercâmbio entre artistas, que, com isso, sempre podem aprender novas formas de compor, de pensar e estar na arte. Paralelamente a esse aspecto, lembra Liloca, o público pode realizar o sonho de estar com os seus ídolos ou com autores que admiram.
Quanto a Lizha James, o que mais a interessa em festivais é a componente interacção que proporcionam. Por exemplo, “eu sou do Sul. Quando tenho a oportunidade de estar com artistas de Tete, fico feliz porque aí partilhamos experiência e puxamos uns aos outros. Com isso podemos melhorar, crescer individualmente, em conjunto e mover a indústria musical”.
Os três músicos referiram-se à importância dos festivais artísticos depois de terem participado na quarta edição do Festival de Songo, que se realizou no passado fim-de-semana, no distrito de Cahora Bassa, em Tete. O evento serviu para comemorar os 43 anos da HCB.
Fonte:O País