A Liga Europa estava assegurada para o Benfica e o AEK já sabia não podia alcançar mais do que o último lugar do grupo E da Liga dos Campeões. Foi com este cenário que as equipas entraram em campo para disputar a última jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, que ainda podia render 2,7 milhões de euros.

O jogo começou pelo lado esquerdo do ataque benfiquista, com Grimaldo a mostrar a Bakakis ao que vinha desde cedo e terminou com Grimaldo a marcar um livre, que resolveu o jogo, de forma indefensável. Foi dos pés – e das pernas – do espanhol que surgiram as primeiras incursões perigosas dos encarnados no meio-campo grego e único golo da partida.

A fazer parelha com a novidade João Félix no flanco esquerdo do Benfica, a dupla ibérica passou quase a totalidade dos primeiros dez minutos de jogo com a bola nos pés. Do banco, Rui Vitória bem pedia a Rafa que entrasse no jogo, mas o extremo português entrava a perder no duelo particular com Hult.

Grimaldo e Félix contra o mundo

Não entrou Rafa, entrou Pizzi. O médio português, a jogar descaído para a esquerda a partir do miolo encarnado, era quem ligava a defesa ao ataque das águias, com momentos em que, encostado à linha, deixava Bakakis efetivamentes desamparado, tal era o triângulo que formava com a tal dupla ibérica.

“Grimaldo passa por cima da bola e Pizzi bate”, ouvia-se no relato da TSF de cada vez que o Benfica conquistava um livre lateral. A verdade é que a tática teve pouco ou nenhum efeito, tanto que por volta dos 20 minutos de jogo, o guarda-redes Barkas ainda não tinha feito uma defesa digna desse nome.

Foi precisamente aos 21 minutos que o AEK chegou com perigo à baliza encarnada. Boye fez o que quis de André Almeida e tirou um cruzamento perigoso que acabou com um remate a ser bloqueado pela defesa benfiquista. Ficou o aviso do corredor esquerdo grego.

Rafa sai lesionado

Do lado esquerdo grego para o flanco direito benfiquista, chegamos ao momento em que Rafa consegue, pela primeira vez, desenvencilhar-se da defesa grega e chegar ao centro do terreno. O atacante português tenta combinar com João Félix, mas o jovem, que foi pela primeira vez titular na Liga dos Campeões, não conseguiu dar seguimento à jogada.

Se Rafa tinha acabado de entrar em jogo, o azar também bateu à sua porta momentos depois. O extremo português foi obrigado a sair do campo aos 33 minutos, depois de uma queda aparatosa, sendo substituído pelo sérvio Zivkovic.

Onde está Seferovic?

Pelo centro do ataque benfiquista andou, durante toda a primeira parte, um certo suíço completamente perdido. Seferovic não conseguiu, de forma alguma, entrar no jogo durante os primeiros 43 minutos da partida. Isto porque, precisamente aos 43 minutos, Bakakis quis ajudar o suíço a fazer algo ainda durante a primeira parte. O lateral da equipa grega fez um balão que acabou nos pés de Seferovic. O ponta de lança avançou em direção à baliza e ensaiou um vólei de pé esquerdo que saiu muito torto: a trajetória da bola curvou em direção contrária à da baliza.

O tribunal da Luz fez-se ouvir poucos momentos depois. Bobby Madden apitava para o intervalo e as bancadas assobiavam a equipa encarnada. Alugavam-se balizas.

A segunda parte começou tal qual a primeira. Grimaldo bem tentava, mas o resto da equipa encarnada, exceção feita a João Félix, parecia não acompanhar o seu ritmo. Pizzi parecia ser a unidade benfiquista mais ausente da partida a exibição do médio português não dava sinais de melhoria, tanto que aos 58 minutos Rui Vitória fartou-se: trocou o transmontano por Cervi. O argentino foi posicionar-se no corredor esquerdo do ataque benfiquista, enquanto João Félix passou para o centro do terreno.

Minutos cativantes na Luz

Aos 62 minutos o AEK teve a sua ocasião mais perigosa. Após um canto batido na direita do ataque grego, Oikonomou fez a bola rasar o poste da baliza à guarda de Vlachodimos.

Na resposta, apareceu um soldado desaparecido em combate. Seferovic desvia de primeira um cruzamento feito a partir da esquerda do ataque encarnado e obriga Barkas a ir à relva. Ficou a prova de vida do suíço.

Pareceu tomar-lhe o gosto, porque aos 69 minutos, Seferovic atirou a bola à trave com estrondo. O suíço surgiu no meio dos centrais do AEK para cabecear, com estrondo, ao ferro da baliza de Barkas.

Três minutos depois, foi o 3 benfiquista quem desperdiçou uma oportunidade praticamente de baliza aberta. Grimaldo foge a toda a defesa do AEK e surge na área grega só com Barkas pela frente. O problema é que o espanhol se desviou da bola e acabou por embater no guardião grego. Com ambos atordoados, Grimaldo recompôs-se suficientemente rápido para tentar o remate à baliza, mas já não foi capaz de ultrapassar o muro instantâneo construido pelos gregos.

A ovação da noite chegou aos 76 minutos, quando Rui Vitória decidiu retirar João Félix do relvado para fazer entrar Nicolás Castillo.

Gedson e Alfa foram quem assumiu, de seguida, as despesas das tentativas de golo. Primeiro foi o 83 do Benfica a surgir isolado, embora sem conseguir marcar. Depois, no pontapé de canto consequente, Alfa Semedo cabeceou com perigo, mas mais uma vez sem o efeito pretendido.

Gedson foi o protagonista do momento mais marcante dos últimos dez minutos da partida. O médio português não conseguiu fugir a Galanapoulos, mas isto porque o grego lhe agarrou a camisola e acabou expulso.

Bilhete pago

Nesse momento, Grimaldo viu uma oportunidade. Correu imediatamente para apanhar a bola e disse que era dele, apenas e só dele. Pegou nela, colocou-a no relvado, à sua frente e lá lhe terá dito que era “agora ou nunca”. A verdade é que foi: à entrada da grande área do AEK, o espanhol rematou de forma colocadíssima para fazer o que a Luz já não acreditava ser possível. Marcou um golo – o golo – e resolveu oferecer aos adeptos algo que pagasse o bilhete.

Ficou a história do espanhol e de como, praticamente sozinho contra o mundo, evitou uma noite para esquecer no estádio da Luz.

Aos 87 minutos, Alex Grimaldo marcou, de livre, o único golo da partida.

Onze do Benfica: Vlachodimos, André Almeida, Rúben Dias, Jardel (C) , Grimaldo, Alfa Semedo, Gedson, Pizzi, João Félix, Rafa Silva e Seferović

Onze do AEK: Barkas; Bakakis, Oikonomou, Chygryskiy, Hult; Cosic, Galanopoulos, Moran; Klonaridis, Boye e Ponce

Suplentes do Benfica: Svilar, Conti, Gabriel, Cervi, Zivkovic, Krovinovic e Castillo

Suplentes do AEK: Tsintotas, Giakoumanis, Gianniotas, Rodrigo Galo, Mantalos, Svarnas e Mpotos

Além da recompensa monetária, a vitória do Benfica garante também que os encarnados serão cabeças-de-série no sorteio dos 16 avos de final da Liga Europa. O árbitro da partida foi o escocês Bobby Madden.

Fonte:TSF Desporto

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *