Idai, concurso literário e um vencedor: Francisco Raposo

“O croniconto dos 200 quilómetros da dona abistra e o cunhado comissionista” foi a crónica premiada no Concurso de Crónicas Memórias do Idai. O texto de Francisco Raposo distinguiu-se entre 90 trabalhos submetidos à iniciativa da editora Fundza, sedeada na cidade da Beira.

Reagindo ao reconhecimento do seu texto, Raposo confessou que, ao concorrer ao concurso, não lhe ocorreu que pudesse ganhar. Na verdade, a grande expectativa era ser seleccionado para fazer parte da antologia que será lançada pela Fundza ainda este ano. “Quando fiquei a saber que fui o primeiro classificado, a alegria duplicou”, afirmou.

De acordo com o regulamento do concurso literário, os autores que quisessem concorrer deviam escrever uma crónica que retratasse pelo menos um episódio sobre o ciclone que em Março do ano passado abalou o Centro do país. Entretanto, Raposo, que não é raposa, através de uma personagem, procurou retratar diferentes peripécias que se passaram quando o Idai atingiu Moçambique. Assim, em “O croniconto dos 200 quilómetros da dona abistra e o cunhado comissionista” estão, sobretudo, imagens e situações reais, escritas com a paixão de quem, na altura da calamidade natural, sentiu a tragédia na pele, ali mesmo na cidade da Beira, onde vive há seis anos. Inclusive, certos episódios por si vividos passou à uma personagem do seu texto agora vencedor.

Ao escrever “O croniconto dos 200 quilómetros da dona abistra e o cunhado comissionista”, Francisco Raposo pensou que poderia criar um texto que permitisse às pessoas captarem aspectos peculiares do que se passou durante à calamidade natural no Centro. Por isso, levou ao texto o que, segundo acredita, não foi relatado pelos órgãos de informação e não pode sequer ser “imaginado” por quem não se encontrava na cidade da Beira na altura dos acontecimentos.

Francisco Rafael José Raposo nasceu a 21 de Fevereiro de 1997, no distrito de Búzi, em Sofala. Escreve desde 2012, e tem um projecto de livro poético pronto a lançar. É licenciado em Análises Críticas e Laboratoriais, pela Universidade Católica de Moçambique (UCM).

 Além de ser editado em antologia, com mais 25 autores, a distinção no concurso da Fundza valeu-lhe um encaixe de financeiro na ordem de 15 mil meticais. O segundo e o terceiro classificados do Concurso Literário Memórias do Idai, Basílio Mazoio e Otildo Guido, acumulam, respectivamente, 10 mil e 5 mil meticais.

O concurso da editora Fundza teve como membros do júri Paulina Chiziane, Pe. Manuel Ferreira, Cristovão Seneta, Manuel Mutimucuio e Dany Wambire.

Fonte:O País

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