A FRELIMO na Assembleia da República considera que as respostas do Governo às informações suscitadas pelas bancadas parlamentares superaram as expectativas, mas reconhece que ainda prevalecem desafios na governação do país.

Enquanto isso, a oposição manifestou-se defraudada, de tal sorte que o MDM diz que vai avançar com uma moção de censura.

O porta-voz da bancada maioritária, Edmundo Galiza Matos Jr., disse no final do debate que, de uma forma geral, a prestação do Governo relativamente à preocupação apresentada pela Frelimo foi bastante positiva, porquanto as questões colocadas tiveram respostas exaustivas.

Segundo afirmou, cada um dos ministros que se fizeram ao pódio do Parlamento, de modo especial o primeiro-ministro, falou de forma concreta sobre as diversas matérias de governação que foram colocadas pelos mandatários do povo.

Disse que os deputados da Frelimo estão preocupados com a gestão dos recursos hídricos e a necessidade de haver áreas onde a população resida da melhor forma possível.

“Os assentamentos humanos devem permitir que as pessoas vivam com qualidade. Interessa-nos, igualmente, que o abastecimento de água na área metropolitana de Maputo e em várias partes do país seja feito de uma forma regular. Como parlamentares, queremos que o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e outras entidades intervenham de maneira célere, onde ocorram inundações e outro tipo de catástrofes”, disse Galiza Matos, acrescentando que o desejo é que eventos como o desmoronamento de lixo na lixeira de Hulene não se repitam.

De acordo com o porta-voz do partido no poder, as respostas do Governo não só foram adequadas como também extravasaram as colocações das bancadas parlamentares. Porém, reconhece que há enormes desafios a superar, sobretudo no sector da Saúde, onde há a necessidade de se distribuir medicamentos para as populações e providenciar cada vez melhores serviços.

“Achamos que a questão do roubo dos medicamentos de que se tem conhecimento nos últimos tempos se deve ao cerco aos autores no Sistema Nacional de Saúde e, por via disso, estes casos são cada vez mais detectados, mas entendemos que há, realmente, muitos desafios nesta e noutras áreas”, afirmou.

Renamo insatisfeita

A Renamo manifestou insatisfação com as respostas dadas pelo Executivo para o que pretendia saber.

De acordo com o porta-voz da bancada da Renamo, José Lopes, a questão sobre a gestão dos recursos materiais, financeiros e humanos na área da Saúde não foi respondida como seria de desejar.

“Há insatisfação do pessoal da Saúde. Faltam condições de trabalho e o nível de higiene nas unidades sanitárias também não é satisfatório. Por outro lado, a procura dos medicamentos essenciais nas farmácias públicas deixa muito a desejar. Se for agora a um hospital e pagar cinco meticais, recebe uma receita mas quando vai à farmácia do hospital não tem medicamentos e é preciso ir à farmácia privada, e o povo não tem dinheiro para suportar estes custos”, disse Lopes, acrescentando que tudo se deve à política do Governo do dia porque, mesmo havendo bons profissionais no sector, sem condições não se pode oferecer melhor serviço.

Questionado sobre a proposta da Renamo de mudar o rumo das coisas na área da Saúde, José Lopes disse que é preciso que todos os cidadãos se dirijam aos postos de recenseamento eleitoral e se inscrevam para virar a página nas eleições.

Sobre as políticas que o seu partido propõe para esta área, Lopes afirmou que só no momento da campanha eleitoral serão tornadas públicas todas as estratégias sectoriais de governação.

 

 

 

 

 

MDM fala de moção de censura

A BANCADA parlamentar do MDM diz que vai apresentar uma moção de censura ao Governo, depois de se manifestar insatisfeita perante a resposta à questão sobre o reassentamento da população retirada das zonas de risco.

Para o porta-voz deste grupo parlamentar, Fernando Bismarque, o Governo mostrou que não tem uma estratégia de ocupação das zonas de risco e propensas a inundações, onde as pessoas são retiradas e voltam a ocupar os mesmos lugares.

Falou também dos espaços de reserva nas estradas, onde as famílias são retiradas para lugares seguros, mas depois de um tempo estas retornam aos mesmos pontos.

De acordo com Bismarque, isto deve-se à falta de uma estratégia de reocupação dos espaços por parte do Governo, para evitar que as famílias reassentadas e indemnizadas retornem aos mesmos. Manifestou, porém, vontade de ver concretizada a estratégia apresentada sobre a lixeira de Hulene.

“O Governo apresentou uma estratégia para reocupar o espaço deixado pelas famílias afectadas neste lugar e esperamos que seja concretizada porque, caso contrário, as pessoas irão retornar à lixeira. Achamos que é preciso implementar um projecto de ocupação do espaço para evitar o retorno para o mesmo lugar”, disse Bismarque,

“De uma forma geral, fazemos uma avaliação negativa da informação do Governo e, se for o caso, vamos dar entrada uma moção de censura porque mostrou que não tem uma estratégia clara para resolver este grande problema de reassentamento e reocupação de locais vulneráveis a inundações”, considerou o porta-voz do MDM.

Segundo ele, as pessoas reassentadas devem ter melhores condições do que aquelas que tinha antes, mas o que acontece, segundo a fonte, é que o Governo não coloca infra-estruturas necessárias como escolas, centro de saúde, mercado, água, energia e outras infra-estruturas, o que faz com que as pessoas retornem às mesmas zonas à busca de condições.

Fonte:Jornal Notícias

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