MAIS de um milhão de pessoas vão receber assistência nutricional nas províncias de Manica, Tete e Sofala, no âmbito da segunda fase do programa de ligação entre Agro-negócio e Nutrição (Linking Agribusiness and Nutrition – LAN).

A iniciativa multi-sectorial é financiada pelo Departamento do Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (DFID), em parceria com o Secretariado Técnico de Segurança Alimentar e Nutricional (SETSAN), sendo implementada pela Save the Children. O projecto vai decorrer até 2021 e está orçado em 20.5 milhões de libras.

A assistência é destinada a crianças com até 1000 dias de vida, adolescentes, jovens e mulheres grávidas. Apesar das três províncias terem um forte potencial agrícola, ainda assim registam índices preocupantes de desnutrição crónica.

Três componentes sustentam o projecto. A primeira está relacionada à aquisição e distribuição de alimentos terapêuticos para crianças mal nutridas.

A outra consiste na divulgação de mensagens para a mudança de comportamento, ao nível das comunidades, e uma terceira componente que consiste no envolvimento do sector privado nos programas de nutrição.

Com a participação das empresas privadas do ramo de agro-negócios, estarão criadas as condições para que os seus produtos estejam disponíveis às populações, Segundo Hermínio Chirindza, oficial de programas do DFID.

Na primeira fase do programa de ligação entre o agro-negócio e nutrição, que encerrou em 2016, foram abrangidas cerca de 600 mil pessoas, num investimento avaliado em 4.8 milhões de libras.

Nesta etapa, também foram distribuídos alimentos terapêuticos para cerca de 57 mil crianças nas províncias de Manica, Tete e Sofala. Ao mesmo tempo, aumentou a dieta mínima das crianças dos seis a 23 meses, de 4.3 para 15. 9 por cento.

A implementação da segunda fase nestas províncias visa complementar os resultados e as evidências obtidos na primeira parte do projecto.

Para a secretária executiva do SETSAN, Edna Possolo, a erradicação da desnutrição passa por uma abordagem holística, que deve integrar a melhoria no acesso à saúde, educação, para além da promoção de hábitos alimentares saudáveis.

Por outro lado, alertou que projectos do género devem pautar por uma comunicação adaptada ao meio social onde são materializados, a fim de se obter o máximo de resultados.

“A mensagem deve ser simples e adequada ao contexto local e valores culturais. Não é funcional que um plano, definido ao nível central, tenha percepções e resultados diferentes. Por isso, é preciso um contacto permanente com os beneficiários dos projectos”, explicou.

Dados do inquérito nacional do orçamento familiar (2014 – 2015) estimam que 43 por cento das crianças menores de cinco anos sofrem de desnutrição crónica. A população mais afectada localiza-se predominantemente nas zonas rurais.

Fonte:Jornal Notícias

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *