A reunião, a décima Segunda Conferência sobre Alterações Climáticas e Desenvolvimento em África, teve início a 30 de Agosto, à margem da décima Sessão Especial da Conferência Ministerial Africana sobre o Ambiente (AMCEN).O ministro do Ambiente, do Desenvolvimento Sustentável e da Transição Ecológica da Costa do Marfim sublinhou o impacto desproporcionado das alterações climáticas em África, apesar da sua contribuição mínima para as emissões globais.“África emite menos de 4 por cento do total das emissões globais de gases com efeito de estufa, mas é a mais afectada pelas consequências nefastas das alterações climáticas”, observou o ministro, exportando os participantes a desenvolverem resultados concretos durante a conferência, que deve servir como uma plataforma para recomendações acionáveis para reforçar a participação de África nas próximas negociações internacionais, incluindo a COP29.A Embaixadora Josefa Sacko, Comissária da UA para a Agricultura, Desenvolvimento Rural, Economia Azul e Ambiente Sustentável, fez o discurso de abertura. “Sem esforços urgentes de adaptação e mitigação, às alterações climáticas levarão a uma perda anual equivalente a 5 por cento do PIB no continente até 2040, com os pobres, as mulheres e as populações mais vulneráveis e marginalizadas, predominantemente em África, a suportar o peso dos impactos”, afirmou.A Comissária instou os participantes a unirem forças em vésperas da COP29, com ênfase na mobilização de financiamento climático em grande escala para o continente. “Temos de ancorar as nossas negociações, deliberações e posição comum na garantia de subvenções em vez de dívida ou empréstimos, no aumento do financiamento de projectos e no reforço dos mercados de carbono”, defendeu Sacko.Anthony Nyong, Diretor do Banco Africano de Desenvolvimento para as Alterações Climáticas e o Crescimento Verde, apelou aos participantes na reunião para fazerem mais. “Temos de aumentar continuamente o nosso apoio e financiamento a África para fazer face aos impactos crescentes das alterações climáticas nas economias, sociedades e ecossistemas nacionais”, afirmou.Nyong disse que África enfrenta um défice significativo de financiamento climático, salientando que “o actual financiamento global para o clima está muito aquém das necessidades e expectativas dos países africanos, com menos de 3 por cento a chegar anualmente à África Subsariana”. Depois, reafirmou o compromisso do Banco Africano de Desenvolvimento de duplicar o financiamento climático para atingir 25 mil milhões de dólares até ao próximo ano e aumentar a quota de África no financiamento climático global, de 3 para 10 por cento.Espera-se que a Décima Segunda Conferência sobre Alterações Climáticas e Desenvolvimento em África crie um consenso em torno da posição dos países africanos sobre a acção climática e alinhe as prioridades com os resultados do balanço global de 2023, um processo fundamental no âmbito do Acordo de Paris, que avalia o progresso global nos objectivos climáticos para orientar futuras acções e políticas. Os principais objetivos incluem o desenvolvimento de quadros sólidos para as contribuições nacionalmente determinadas (NDC) e a identificação das necessidades de financiamento para a adaptação às alterações climáticas e o reforço da resiliência.

Fonte : Folha de Maputo

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