MAPUTO- “Nós podíamos num dia desmobilizar 100, 200 ou 1.000 pessoas, mas neste momento estamos a usar pequenos números e, por isso, o processo vai levar mais tempo. Aqui não (importa) necessariamente o prazo, mas que cumpramos com aquilo que é o nosso propósito”, declarou Ossufo Momade. O presidente do principal partido da oposição falava durante uma conferência de imprensa em Nampula, após quatro dias de visita à província, visando acompanhar a reinserção social de guerrilheiros desmobilizados no âmbito do acordo de paz com o Governo.Segundo Ossufo Momade, o braço armado do partido tem sido desmobilizado em pequenos grupos, cerca de 20 a 30 guerrilheiros.”Encontramos os nossos irmãos (desmobilizados e que estão em Nampula) muito satisfeitos com a vida que estão a levar neste momento”, acrescentou.O chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, e o presidente da Renamo assinaram um Acordo de Paz e Reconciliação em agosto de 2019 que prevê, entre outros aspetos, o Desarmamento, Desmobilização e Reintegração do braço armado daquele partido.Segundo dados avançados hoje, um total de 426 antigos guerrilheiros da Renamo aderiram ao DDR na província de Manica, centro do país, onde o processo foi lançado há duas semanas, no âmbito do acordo de paz de 2019.”Após o lançamento oficial do DDR na nossa província, concretamente no distrito de Barué, testemunhamos com satisfação a saída das matas de membros da autoproclamada Junta Militar da Renamo”, disse Francisca Tomás, governadora da província de Manica.A responsável avançou os dados durante a abertura da terceira sessão ordinária da assembleia daquela província.Desde o seu arranque, o processo foi sempre conduzido na província de Sofala, também no centro do país, tendo sido aquela a primeira vez que o processo abrangeu membros da antiga guerrilha da Renamo em Manica, onde se pretende atingir 782 guerrilheiros dos mais de 5.000 esperados até ao fim do processo.Apesar de progressos registados, nomeadamente a assinatura do acordo de paz, a autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente do partido, tem feito ataques armados no centro de Moçambique, incursões que já provocaram a morte de 30 pessoas e vários feridos.A Junta liderada por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da Renamo, contesta a liderança do partido e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz.

Fonte: Folha de Maputo

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *