Linha de Ressano reforçada este ano

CERCA de 120 milhões de dólares norte-americanos poderão ser aplicados a partir deste ano, na aquisição de equipamento rolante no quadro de um investimento que visa conferir maior capacidade à linha férrea de Ressano Garcia, que liga Moçambique a África do Sul.

Dados avançados pelo ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos Mesquita indicam que ainda este ano, prevê-se a instalação dum sistema centralizado de comando de circulação,  o aumento da extensão dos cruzamentos de 1000 para 1500 metros, reforço de três pontes e substituição de alguns carris e travessas de betão.

Em função da evolução da demanda, está prevista a aquisição de três locomotivas de 3000 HP e 100 vagões, para a melhoria de tracção nesta linha, de capital importância para o Corredor de Maputo.

O anúncio destes investimentos foi feito durante o XXI Conselho de Directores da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), encontro terminado sexta-feira, em Maputo.

Durante dois dias os responsáveis da empresa concentraram-se no debate de temas como o balanço e a avaliação do desempenho produtivo, económico e financeiro no ano anterior; análise da execução de projectos de investimentos propostos no ano anterior, e perspectivas para o ano em curso, entre outros temas.

Apesar dos resultados positivos alcançados no ano passado, o secretário permanente do Ministério dos Transportes e Comunicações, Pedro Inglês, destacou a necessidade da empresa ter que se inventar de modo a corresponder às expectativas do Governo e do mercado que se mostra cada vez mais competitivo.

Ele defendeu que a empresa deve ter pujança e audácia necessárias para que, com critérios objectivos possa concorrer de igual para igual com os seus concorrentes mais directos.

“A localização geoestratégica dos nossos portos e o traçado das nossas linhas férreas desafia-nos a ter quadros maduros, cometidos e bem formados capazes de pensar estrategicamente e a medida das potencialidades do nosso país”, reiterou Pedro Inglês.

Refira-se que de acordo com dados anunciados pela empresa, durante o de 2016 os lucros da companhia ascenderam a 2.29 mil milhões de meticais contra 1,89 mil milhões de meticais, o que equivale a um crescimento de 21 por cento em relação a 2015.

Os números apresentados pelo Presidente do Conselho de Administração dos CFM, Miguel Matabel apontam também que em termos de resultados operacionais, a empresa apresentou em 2016 proveitos na ordem de 4.60 mil milhões de meticais, o que representa um crescimento de 104 por cento comparativamente ao ano de 2015.

Em termos financeiros, a empresa apresentou resultados negativos em 2016, na ordem de 2.3 mil milhões de meticais, valor influenciado pelas variações cambiais desfavoráveis, o que contribuiu pela depreciação do metical face ao dólar americano e ao rand Sul-africano, que são as principais moedas de transacções comerciais entre os CFM e os clientes.