Em Dezembro de 2019, as autoridades moçambicanas interceptaram duas embarcações, transportando quantidades elevadas de heroína e ice. Na ocasião, o primeiro grupo de iranianos incendiou o barco e a mercadoria que seguia na mesma não foi recuperada. A segunda embarcação, que levava narcotraficantes paquistaneses, transportava 430 kg de heroína e ice.

 

Conforme confidenciou uma fonte envolvida na operação à nossa reportagem, 100kg da heroína e ice foi desviada do armazém, onde a mesma estava a ser protegida e que serviria de prova, durante o julgamento dos arguidos, que se encontram detidos na Cadeia de Máxima Segurança, em Mieze.

 

Entretanto, segundo a fonte, o engraçado é que os próprios agentes da Polícia, que deveriam proteger a droga apreendida, foram os primeiros a retirar a mesma e vendê-la no mercado negro, na Cidade de Pemba e outros locais. A fonte garantiu que a situação só parou quando uma equipa, que saiu de Maputo para Pemba, tirou a mesma para outro armazém secreto.

 

O desaparecimento da referida droga, em Pemba, deixou o Director-geral do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC), Domingos Jofane, com “nervos à flor da pele” e, neste momento, correm diligências, no intuito de responsabilizar os agentes envolvidos que acabaram poluindo a Cidade de Pemba e outros locais do país, com drogas furtadas dos armazéns da instituição.

 

Refira-se que, na última conferência de imprensa do SERNIC, realizada em Maputo, a 14 de Abril, Leonardo Simbine, Porta-voz da instituição, desvalorizou as informações, segundo as quais, Moçambique tornou-se num corredor de drogas, devido às últimas apreensões verificadas, desde 2018.

 

Para Simbine, não existem estudos que confirmam essa tese, o que contraria os relatórios de organizações como a ENACT que já demonstrou que a situação do narcotráfico é elevada, principalmente em províncias como Nampula, Cabo Delgado e Cidade de Maputo. (O.O.)

Fonte: Carta de Moçambique

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