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Funcionários, Docentes e o Corpo Técnico Administrativo (CTA) da Faculdade de Filosofia da Universidade Eduardo Mondlane denunciam a alegada gestão danosa e abusiva do actual Director da Faculdade, Doutor José Blaunde Patimale, acusando-o de transformar a faculdade em sua propriedade privada, fazendo e desfazendo, sugando as receitas internas, para alimentar os seus caprichos.

 

Conforme refere a Carta dirigida ao Reitor da Universidade Eduardo Mondlane, cuja copia foi enviada à nossa redação, o grupo refere que o ponto mais alto da gestão ruinosa do Director da Faculdade de Filosofia foi a recente aquisição, com fundos da instituição, de uma viatura Mazda BT-50 para o uso pessoal, contra toda a legalidade e parecer da Administração local.

 

“A Faculdade de Filosofia já tem um carro para tramitar expediente, pelo que esta outra viatura é desnecessária. O Director já usufruiu do subsídio de início de funções, pelo que nenhum direito lhe cabia de usar os cofres da instituição para patrocinar a sua mobilidade. E mais grave ainda: a nossa Faculdade encontra-se mergulhada numa crise financeira sem precedentes, de tal modo que os incentivos pagos pela instituição aos funcionários (docentes e CTA) estão abaixo do que se encontra aprovado pela UEM. Por exemplo, o CTA aufere apenas 40% da remuneração do nível C, o mínimo aceitável de remuneração com receitas próprias na UEM e o Director alega falta de dinheiro”, lê-se na nota.

 

O documento diz ainda que a Faculdade tem uma dívida de seis meses de incentivos ao CTA e quase todos os computadores, dos mais diversos sectores da instituição, estão praticamente obsoletos, comprometendo o trabalho e cansando a saúde dos trabalhadores. Os funcionários dizem ainda que a faculdade já não disponibiliza água potável para o consumo.

 

Na Carta, o grupo questiona ao Reitor da UEM como foi possível uma viatura BT-50 ser prioridade para um Director, no meio de toda a desgraça que caracteriza a Faculdade, incluindo dívidas de remuneração do pessoal.

 

Nas queixas arroladas, os funcionários mostram algumas operações feitas no âmbito da aquisição do BT-50, nomeadamente, o pagamento de 584 000,00 (quinhentos e oitenta e quatro mil meticais), correspondentes a 20% do total do leasing bem como de 117 000,00 (cento e dezassete mil meticais) para tratar o seguro do veículo.

 

Na mesma senda, serão pagos 70 000,00 (setenta mil meticais) mensalmente, durante os próximos 60 meses (cinco anos), o que totaliza quase 5.000.000,00 (cinco milhões de meticais) que sairão dos cofres da Faculdade.

 

O documento diz ainda que o mais caricato nisso tudo é o facto de ter sido feita a aquisição da viatura sem antes haver uma discussão nem no Conselho de Faculdade, nem na Direcção, indiciando que tudo foi feito de forma criminosa e silenciosa.

 

Os funcionários alegam ainda que o Director já há muito tempo que vem usando as receitas da unidade para pagar a portagem da sua viatura, para além de usar de forma indevida as senhas de combustível destinadas ao carro de expediente da Faculdade.

 

O grupo questiona ainda a forma como o Director se apropria da pós-graduação ao participar no júri de todas as defesas de Mestrado, curso no qual chega a leccionar cinco módulos em 13 possíveis, sob o olhar cúmplice e desinteressado do Director do Curso de Pós-graduação”, referem.

 

“Carta” tentou ouvir a reacção do Director da Faculdade, através do seu contacto pessoal, mas este não se encontrava disponível. (Marta Afonso)

Fonte: Carta de Moçambique

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