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Malária matou 71 pessoas este ano no Niassa

Malária matou 71 pessoas este ano no Niassa

No primeiro semestre do ano em curso, 71 pessoas morreram devido à malária no Niassa, num total de 277.505 doentes. Em igual período do ano passado, as autoridades daquela província registaram 57 mortes por conta da mesma doença, num cumulativo de 198.573 casos.

Contra todos os esforços do governo do Niassa, o aumento de doentes e óbitos é de 39,7 e 24,6 por cento, respectivamente. Os distritos com maior incidência de casos são Sanga, Nipepe, Mecula, Mavago, Majune, Lago, Cuamba e Lichinga, de acordo com o executivo local.

A governadora do Niassa, Elina Judite Massengele, disse que “a malária é endémica em todo o país” e alertou que “toda a população está em risco”.

Para compreender os desafios que a doença impõe, urge compreender como ela se transmite e se manifesta no país, em geral, e no Niassa, em particular, afirmou a governante, que falava no âmbito do lançamento da campanha de distribuição de redes mosquiteiras – a decorrer de 05 a 18 de Outubro – para prevenir e combater o mosquito que transmite a malária.

Elina Massengele lembrou que a doença continua a ser um problema de saúde pública em África e em Moçambique, daí a preocupação “com o aumento exponencial” de pessoas acometidas.

A timoneira do Niassa considerou que os desafios para acabar com a doença naquela parcela do país são enormes, pois os casos reportados anualmente, assim como as mortes estão a crescer.

“Estamos bastante preocupados com os efeitos desta doença na nossa província. Em 2018 tivemos 66.660 casos e 156 óbitos, já em 2019 os números subiram para 696.589 casos com 157 óbitos”.

A governante mostrou-se também preocupada com o facto de a malária estar a matar mais do que a COVID-19 no Niassa e alertou para que não se negligencie o tratamento de uma doença em função da outra.

“O cenário que se apresenta é muito preocupante, porque mesmo com a pandemia da COVID-19 a impor uma sobrecarga significativa ao sistema de saúde, não podemos negligenciar a prevenção e tratamento da malária”, sublinhou Elina Massengele, lembrando que a doença “é transmitida através da picada de mosquito. Os sintomas de uma pessoa com malária são febre, dor de cabeça, nas articulações e, por vezes, vómitos e diarreia”.

Para evitar a malária, é preciso eliminar os charcos e usar sempre as redes mosquiteiras.

Com a campanha em curso, o objectivo é cobrir pelo menos 85% da população em todos os distritos do Niassa, até 2022. Ou seja, até lá, pelo menos uma em cada duas pessoas devem ter uma rede mosquiteira tratada com insecticida de longa duração, segundo a projecção daquela província.

“Queremos que pelo menos 90% das pessoas no Niassa durma de debaixo da rede mosquiteira e que as mortes por malária reduzam a zero. Não podemos permitir que ainda exista na nossa província, distrito, posto administrativo, localidade, povoação, comunidade, bairro ou quarteirão pessoas que não durmam debaixo de uma rede mosquiteira, e nem que morram por causa da malária”, afirmou Massengele.

Para que a luta contra a malária tenha efeito, a governante apelou para que as redes mosquiteiras sejam devidamente cuidadas, lavando-as não mais de seis vezes por ano e usá-las somente para proteger as crianças e a família contra a doença.

Nunca se deve recorrer à rede mosquiteira para pescar ou prática de actividades agrícolas, exortou Massengele.

 

Fonte:O País