O PRESIDENTE da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, prometeu hoje (09) defender uma “melhor democracia”, com tolerância e respeito por todos, rejeitando o “mito do português puro”, com convergência no regime e alternativa de governação, e “estabilidade sem pântano”.

Rebelo de Sousa falava perante a Assembleia da República, durante a cerimónia em que tomou posse para um segundo mandato.

Segundo o chefe do Estado português, assegurar estes objectivos será a sua “primeira prioridade” nos próximos cinco anos.

Rebelo de Sousa realçou que,”pela primeira vez,em democracia,um Presidente da República toma posse em estado de emergência”, devido a pandemia de Covid-19,e agradeceu aos deputados pelo exemplo de dedicação à democracia, nunca aceitando calá-la, nunca aceitando suspendê-la, nunca aceitando fazê-la refém.

“Que seja essa a primeira lição do dia de hoje: vivemos em democracia, queremos continuar a viver em democracia, e em democracia combater as mais graves pandemias. Preferimos a liberdade à opressão, o diálogo ao monólogo, o pluralismo à censura, e demonstrámo-lo realizando duas eleições em pandemia, de uma das quais resultou a subida da oposição ao Governo”, afirmou, referindo-se às eleições regionais nos Açores, e observando: “Isto é democracia”.

Em seguida, o Presidente da Repúblicaportuguês defendeu que é preciso “melhor democracia, onde a liberdade não seja esvaziada pela pobreza, pela ignorância, pela dependência ou pela corrupção, onde a inclusão, a tolerância, o respeito por todos os portugueses, para além do género, do credo, da cor da pele, das convicções pessoais, políticas e sociais não sejam sacrificados ao mito do português puro, da casta iluminada, dos antigos e novos privilegiados”.

“Queremos uma democracia que seja ética republicana na limitação dos mandatos, convergência no regime e alternativa clara na governação, estabilidade sem pântano, justiça com segurança, renovação que evite ruptura, antecipação que impeça decadência, proximidade que impossibilite deslumbramento, arrogância, abuso do poder. Assegurá-lo é a primeira prioridade do Presidente da República para estes cinco anos”, acrescentou.

Fonte:Jornal Notícias

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