Escândalo com a dona do Facebook veio à tona em 2018. Teste de personalidade na rede levou ao vazamento de dados de milhões de usuários, que acabaram sendo aproveitados na campanha de Trump. u
Justin Sullivan / Getty Images North America / Getty Images via AFP
A Meta, proprietária do Facebook, concordou em pagar US$ 725 milhões para encerrar uma ação coletiva que acusa a gigante da mídia social de permitir que terceiros, incluindo a consultoria Cambridge Analytica, acessassem informações pessoais dos usuários.
Os promotores consideraram o acordo proposto o maior já alcançado em uma ação coletiva de privacidade de dados nos Estados Unidos e o máximo que a Meta já pagou para encerrar uma ação coletiva.
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RELEMBRE O CASO EM 6 PONTOS:
Em 2017, um aplicativo divulgava um teste de personalidade no Facebook que acabou sendo baixado por milhares de usuários. Para fazerem o teste, eles tinham que fornecer dados pessoais.
A Meta é acusada de não ter protegido esses dados. Pior: a empresa permitiu que informações de 87 milhões de usuários, inclusive no Brasil, fossem acessados por outras empresas.
Esses dados eram dos cerca de 270 mil que responderam ao teste e incluíam nome, profissão, local de moradia, gostos e hábitos, além da rede de contatos dessas pessoas, o que permitiu que informações de milhões de usuários fossem acessadas consequentemente.
Uma das empresas que acessou os dados foi uma consultoria política britânica chamada Cambridge Analytica — o escândalo ficou conhecido por esse nome.
Os dados vazados foram usados pela consultoria na campanha de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Com eles, foi possível direcionar, de forma mais personalizada, materiais pró-Trump e mensagens contrárias à adversária dele, a democrata Hillary Clinton.
O escândalo, revelado pelo jornal “The Guardian”, detonou a discussão sobre os riscos à segurança de dados pessoais e a influência das redes sociais sobre eleições.
Como parte do acordo milionário, a Meta não teve que admitir irregularidades.
A proposta está sujeita à aprovação de um juiz federal em São Francisco.
Entenda: escândalo de uso político de dados derrubou valor do Facebook e o colocou na mira de autoridades
Quais foram as acusações
O acordo de quinta-feira envolve reclamações de usuários do Facebook de que a empresa violou várias leis federais e estaduais ao permitir que desenvolvedores de aplicativos e parceiros de negócios coletassem seus dados pessoais sem seu consentimento, de forma generalizada.
Os advogados de acusação alegaram que o Facebook fez os usuários acreditarem que poderiam manter o controle sobre seus dados pessoais quando, na verdade, permitiu que milhares de pessoas de fora tivessem acesso.
O Facebook argumentou que seus usuários não têm interesse legítimo em privacidade sobre as informações que compartilharam com amigos nas redes sociais. Mas o juiz distrital dos EUA, Vince Chhabria, chamou essa visão de “tão errada” e, em 2019, permitiu que o caso avançasse.
A Meta disse que o acordo foi “no melhor interesse de nossa comunidade e acionistas”. E que, nos últimos três anos, renovou sua abordagem de privacidade e implementou um programa abrangente sobre o tema.
Outros acordos
Em 2019, o Facebook fechou outros dois acordos. Um, de US$ 5 bilhões, foi para encerrar uma investigação da Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) sobre suas práticas de privacidade.
Outro, de US$ 100 milhões, foi em relação a alegações da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) de que teria enganado os investidores sobre o uso indevido de dados dos usuários.
Relembre como foi o escândalo envolvendo Cambridge Analytica e o Facebook.
Alexandre Mauro/G1

Globo Tecnologia

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