Segundo o jornal digital sul-africano “TimesLive”, citando fontes próximas ao ex-presidente, Robert Mugabe anunciou o pedido de Mnangagwa a familiares e amigos na sua residência privada, a “Blue Roof”, em Harare, durante as comemorações dos seus 94 anos de vida, celebrados a semana passada.
“Ele pediu uma reunião e prometeu trazer outros líderes (da ZANU-PF) para que possamos conversar”, terá dito Mugabe.
O ex-presidente acusou ainda o seu sucessor e os militares de terem agido ilegalmente e mentido para o povo.
Robert Mugabe foi obrigado a resignar em Novembro de 2017 na sequência de um golpe de Estado “de facto” levado a cabo por militares, abrindo caminho à ascensão à presidente do então seu ex-vice-Presidente.
A posição de Mugabe chega num momento em que um novo partido político zimbabweano, a Nova Frente Patriótica (NPF), fez uma petição a SADC e a UA sobre os acontecimentos de Novembro passado que levaram à queda de Mugabe.
O NPF, integrado maioritariamente por antigos membros da União Nacional Africana do Zimbabwe – Frente Patriótica (ZANU-PF), refuta que tenha sido “um golpe sem sangue”, como os eventos de Novembro são publicamente apresentados.
O parecer da NPF alinha com o de Mugabe. “Pessoas ficaram feridas, algumas foram mortas”, disse o ex-presidente na semana passada.
O presidente da Comissão da União Africana (UA), Faki Mahamat, esteve no Zimbabwe na semana passada numa missão de auscultação e manteve com Mugabe uma entrevista, que foi considerada “explosiva”.
O ex-Chefe do Estado zimbabweano disse que foi forçado a deixar o poder e a sua família vivia em constante ameaça e medo.
“Fui pressionado pelo exército a renunciar, fiz isso para evitar conflitos e derramamentos de sangue no meu país”, disse Mugabe. – TIMESLIVE
Fonte:Jornal Notícias