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Moçambique prepara regulamento para sisal

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A produção, processamento e exportação da fibra de sisal será objecto de um novo regulamento, que está, neste momento, em fase de elaboração.
O objectivo deste instrumento, cuja conclusão deverá ocorrer em Abril do próximo ano, altura em que poderá ser submetido para análise e aprovação pelo Conselho de Ministros, é o estabelecimento de bases para a comercialização desta cultura, facilitando a atracção de investimentos para o sector.
Actualmente, a cultura de sisal está integrada no subsector do algodão. No entanto, durante o último conselho consultivo realizado no mês passado foi enfatizada a necessidade de uma regulamentação própria e específica, com vista a atrair mais investimentos e, consequentemente, aumentar a produção e produtividade do sector.
Acredita-se que Moçambique possui em elevado potencial para a produção de sisal, cujas exportações podem gerar divisas para o país, além de promover oportunidades de acesso ao emprego por parte da população local.
Luís Tomo, director-geral do Instituto de Algodão de Moçambique (IAM), disse, em entrevista ao “Notícias”, que foi na sequência deste diagnóstico que a sua instituição lançou um concurso público para a contratação de serviços que visam a elaboração de um plano de revitalização da cadeia de valor do sisal no país.
Paralelamente, o IAM solicitou apoio do Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), com vista a melhorar a disponibilidade de dados e informações relevantes sobre a cultura de sisal no país.
A cultura de sisal em Moçambique é desenvolvida pelo sector empresarial na província de Nampula, concretamente, nos distritos de Monapo, Angoche, Mossuril, Ilha de Moçambique e Memba.
Contudo, durante o período colonial a exploração de sisal era feita em quase toda a extensão do país, que tem um potencial produtivo elevado para a prática daquela cultura de rendimento.
Luís Tomo precisou que para a campanha agrícola 2018/19 projecta-se produzir cerca de três mil toneladas de fibra de sisal, numa área lavrada estimada em 12.352 hectares,  constituindo uma diminuição de 2.648 hectares, comparativamente ao planificado.
No entanto, as projecções apontam para uma receita superior a quatro milhões de dólares, sem contar com outros encargos que devem ser suportados pelas empresas produtoras ou intermediárias do processo de exportação da fibra de sisal.
No ranking de produção de fibras de sisal no mundo, Moçambique partilha a décima posição com Angola e Etiópia, com uma produção que varia entre 500 quilogramas e 1000 quilos por hectare.
A fibra de sisal serve, exclusivamente, para exportação e destina-se ao processamento de fios e cordas para várias finalidades, particularmente na indústria automóvel. Nos últimos anos a matéria-prima tem registado alguma valoração no mercado, devido à procura de acessórios derivados da fibra de sisal, no âmbito do programa de uso de materiais bio-degradáveis.

 

    Fonte:Jornal Notícias