Na próxima época chuvosa 2022/2023, o Município de Maputo vai continuar a enfrentar inundações urbanas devido à falta de infra-estruturas e ocupação desordenada do território.

Imagens de inundações poderão ser vistas novamente nos próximos meses e sem acções concretas da parte do Conselho Municipal da Cidade de Maputo para resolver o problema.

Com cerca de 300 quilómetros quadrados de área e uma população de um milhão e trezentos mil habitantes, o Município de Maputo tem estado a crescer e com apenas 30% de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra concedido aos munícipes, o que significa que há muitas residências construídas em áreas impróprias.

Esta situação, segundo reconhece a própria edilidade, está a dificultar o escoamento de água da chuva e a solução para o problema pode demorar. “Não vamos fazer falsas promessas e dizer que, na próxima época chuvosa, não haverá inundações. Como vê, a situação, neste momento, é igual à de Janeiro e Fevereiro quando choveu. É verdade que está a decorrer um projecto que começou em 2015, mas mesmo esse projecto só vai começar a obra no terreno em finais de 2023 ou início de 2024, portanto soluções imediatas não vão acontecer”, explicou Silva Magaia, vereador de Ordenamento Territorial, Ambiente e Construção no Conselho Municipal da capital do país.

Magaia, que esteve à frente da empresa Maputo Sul, que construiu a Estrada Circular de Maputo, explica que a resposta aos estragos causados pelas inundações vai, em algum momento, precisar de muita coragem e sacríficos.

“Enquanto este ciclo prevalecer, aquilo vai ser um drama para nós, não devemos desistir, caso não, vamos perder os nossos investimentos; temos que encontrar formas inteligentes para resolver. Dizemos, em engenharia, que qualquer problema tem solução; vai ser muito doloroso e muito caro e será preciso fazer alguns sacrifícios, porque vamos precisar de encontrar o caminho para o mar e isso pode pressupor a retirada de determinadas construções, independentemente da sua qualidade e do seu valor”.

A Cidade de Maputo acolheu, hoje, o Seminário Municipal de Ordenamento Territorial, que juntou os representantes dos Municípios de Chibuto, Chimoio, Pemba e Quelimane, académicos e parceiros para reflectirem em torno da urbanização integrada dos territórios municipais do país.

Fonte:O País

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