O posto administrativo de Namialo, no distrito de Meconta, província de Nampula, está a acolher, desde o passado dia 20 de Abril, alguns cidadãos provenientes dos distritos da região norte de Cabo Delgado, que fogem dos insurgentes armados que aterrorizam aquela zona matando, destruindo e pilhando bens das populações.

Até esta semana, Namialo contabilizava perto de 300 pessoas deslocadas das suas zonas de origem, principalmente idos dos distritos de Muidumbe, Mueda, Palma, Mocimboa da Praia, Nangade, maioritariamente constituída por mulheres, idosos e crianças que numa visita surpresa, receberam conforto do Secretário de Estado de Nampula, Mety Gondola.

Por se aperceber que a deslocação forçada das zonas transporta consigo alguns problemas como o de acomodação e alimentação, pois a maioria foi acolhida em residências dos seus familiares, o Secretário de Estado de Nampula, disse que vai envidar esforços para encontrar uma solução definitiva para aliviar os problemas com que actualmente se confrontam.

“Lamentamos o que está acontecer com os nossos concidadãos em Cabo Delgado. Não estamos e nunca poderíamos estar satisfeitos, porque as matanças que acontecem não têm justificação. Por isso, vos recebemos com muita solidariedade e irmandade, pois estão a passar por momentos difíceis”, reconheceu Gondola.

Informações que a nossa reportagem obteve junto da chefe do posto administrativo de Namialo, Adelina Mucala, apontam que cada dia que passa a sua unidade territorial recebe mais entradas, por se tratar duma zona onde habitam muitas famílias oriundas do planalto de Mueda, que são acolhidas nas residências de familiares.

Num dos grupos visitados pelo Secretário de Estado de Nampula, encontravam-se deslocados que se instalaram em duas famílias e que na interacção com o governante relataram os horrores de que foram sujeitos a passar pelos insurgentes.

“Perdemos tudo que tínhamos nas nossas terras e chegados deparamo-nos com a falta de condições para levar uma vida decente. As famílias que nos acolheram não conseguem suportar um número elevado de pessoas, por isso pedimos apoios”, suplicaram aqueles deslocados que apontaram a falta de comida, roupa, cobertores, esteiras entre outros artigos de utilidade doméstica.

Entretanto, a chefe do posto de Namialo, revelou ter feito alguns contactos com parceiros locais, incluindo empresários, estando a aguardar uma resposta que possa minimizar a precária condição que este grupo está a observar.

L. NORBERTO– 12/05/2020

    Fonte:Jornal Notícias

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