O primeiro Museu da Escravatura em Moçambique será implantado em breve na província de Nampula. O empreendimento será implantado no distrito de Mossuril, ou na Ilha de Moçambique, que guardam marcas visíveis da escravatura.

A informação foi revelada ontem pelo governador da província de Nampula, Victor Borges, no final de um colóquio internacional denominado “Memórias da Escravatura na Ilha de Moçambique, História, Resistência, Liberdade e Património”, que juntou na histórica primeira capital do país (Ilha de Moçambique), durante três dias, académicos nacionais e estrangeiros, historiadores e estudantes.

“A escravidão é um crime contra a humanidade e a nossa história conta que temos memórias de resistência. Aqui, bem próximo da Ilha, 630 homens morreram amarrados num cargueiro que os iria transportar para um destino desconhecido e como castigo a embarcação foi afundada”, afirmou o governante.

Segundo a AIM, o evento serviu para assinalar o 23 de Agosto, Dia Internacional da Memória do Tráfico de Escravos e sua Abolição, instaurado pela UNESCO, Organização das Nações Unidas para Ciência, Cultura e Educação.

O colóquio, realizado na Ilha de Moçambique, está integrado nas comemorações dos 200 anos de elevação do território insular à primeira capital de Moçambique, um evento a ter lugar a 17 de Setembro próximo.

Na ocasião, o representante da UNESCO no país, Djaffar Moussa Elkadhum, apresentou uma mensagem da directora-geral da organização, Auudrey Azoulay, que refere que o 23 de Agosto é uma oportunidade ideal para aprofundar a reflexão sobre o legado da história da escravidão e a necessidade de explorar a sua memória.

“O projecto Rota de Escravos, lançado pela UNESCO em 1994, permitiu identificar as questões éticas, culturais e sócio-políticas dessa dolorosa história”.

A UNESCO ainda dá atenção à sociedade para que se oponha a todas as formas de escravidão moderna.

No distrito de Mossuril, província de Nampula, está assinalada uma rampa por onde os moçambicanos eram forçados a embarcar nos cargueiros, enquanto na Ilha de Moçambique existe até aos dias de hoje o local onde eram apinhados em poços.

A Ilha foi declarada Património da Humanidade pela UNESCO, em 1991, devido à sua riqueza arquitectónica e cultural.

    Fonte:Jornal Notícias

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