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A polícia da República de Moçambique em Inhambane negou a existência de homens-catana no distrito de Morrumbene, que alegadamente estariam a assassinar civis indefesos. A corporação veio a público na semana finda desmentir a existência de tais homens, na sequência de áudios veiculados nas redes sociais dando conta da circulação de homens-catana naquele distrito da região centro da província de Inhambane.

 

Desde a divulgação dos áudios, a população de Morrumbene vive momentos de terror, principalmente, nas últimas semanas em que os autores das mensagens recorrem a Xitswa, uma das línguas faladas em Inhambane, para difundir a informação nas redes sociais.

 

O caso agravou-se com a circulação de um áudio da autoria de Suzana Armindo, gravado em Xitswa, no povoado de Chihacho, em Mocodoene. Numa das passagens, Suzana Armindo diz no seu áudio que “bandidos provenientes do Norte e transportados num camião foram descarregados na vila de Morrumbene, e estamos mal aqui em Chihacho. Desde que chegaram mataram um homem. Chamava-se Felijane (diminutivo de Felisberto) Nhadzumbo. Desde ontem que não é visto aqui. Foi raptado ou morto”.

 

Preocupados com o caso, a PRM e o SERNIC efectuaram um trabalho operativo com vista a apurar a veracidade da informação, tendo concluído tratar-se de boatos de pessoas mal-intencionadas, com objectivo de criar insegurança no seio das comunidades, segundo explicou Nércia Bata, porta-voz da PRM na província de Inhambane.

 

“Foi feito um trabalho operativo que culminou com a detenção de uma cidadã que confessou que partilhava os áudios nas redes sociais e, neste momento, encontra-se sob custódia policial. O trabalho foi feito depois que tomamos conhecimento de várias mensagens e áudios que circulam nas redes sociais dando conta de que em Morrumbene existiam homens-catana que tiravam a vida de cidadãos indefesos. A polícia desmente essa informação propalada nas redes sociais que tem como objectivo criar insegurança nas comunidades”.

 

Por seu turno, o porta-voz do SERNIC em Inhambane, Alferes Cuamba, disse que a sua instituição efectuou diligências a partir dos áudios que circulam nas redes sociais, o que resultou na identificação de algumas pessoas residentes em Morrumbene, mentores dos mesmos, com objectivos até aqui desconhecidos.

 

“Identificamos algumas pessoas que estão envolvidas na gravação e publicação desses dados. O SERNIC procedeu ao rastreio dos seus contactos e são pessoas localizáveis residentes em Morrumbene e nos próximos dias serão executados os respectivos mandados de busca e captura”.

 

Suzana Armindo, mentora de um dos áudios, confessou que o fez por ter notado a ausência de um dos seus vizinhos, depois de ter saído com dois indivíduos estranhos. A fonte diz nunca ter visto os supostos homens-catana e mostra-se arrependida.

 

“Fui eu que fiz e espalhei o áudio relatando a morte do Felijane (diminutivo de Felisberto), mas a verdade é que ele não morreu. Ele já voltou para casa. Peço desculpas. Foi falha ter relatado através das redes sociais que Felijane está morto enquanto está vivo. Sobre homens-catana também não existem. Nunca os vi e também nunca os vi a descer de um camião”, afirmou Suzana Armindo, num tom de arrependimento.

 

Entretanto, Felisberto Sebastião, o indivíduo tido como morto, mostrou-se preocupado com a notícia dando conta do seu assassinato ou rapto.

 

“Não morri. Estou vivo. Fui solicitado para mostrar um site, mas já estou de volta. Essa senhora que propalou o meu assassinato não está a par dos meus assuntos e nem da minha movimentação. E como se não bastasse, nem é da minha família. Está a mentir”, disse.

 

A “Carta” contactou Alexandre Naife, agente económico radicado em Morrumbene, que igualmente desmentiu os rumores sobre a circulação de homens-catana no distrito. Referiu que até agora não há nenhuma evidência sobre a existência ou circulação de homens-catana na região, reforçando que, de um modo geral, Morrumbene é um distrito pacífico. (Carta)

Fonte: Carta de Moçambique

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