NA semana passada, a Justiça israelita suspendeu o plano de Telavive de expulsão de milhares de migrantes africanos no país. O governo de Benjamin Netanyahu considera os africanos culpados de muitos dos males em Israel.

O Primeiro-Ministro israelita afirmou na terça-feira que a barreira electrónica na fronteira com o Egipto salvou Israel de ataques ‘jihadistas’ e sobretudo da chegada maciça de migrantes africanos, uma ameaça “pior”.

“Sem esta barreira, seríamos confrontados com graves ataques de terroristas do Sinai e, pior, com uma chegada maciça de imigrantes africanos ilegais”, disse Benjamin Netanyahu numa conferência sobre o desenvolvimento do sul do país.

O governo israelita aprovou em 2010 a construção da barreira electrónica entre o Egipto e Israel para impedir a passagem de migrantes ilegais, o tráfico de droga e de armas e as “infiltrações terroristas”.

Segundo dados do Ministério do Interior israelita, 42.000 migrantes africanos vivem em Israel, especialmente sudaneses e eritreus.

A maioria chegou ao país depois de 2007, a partir do Sinai (Egipto).

“Falamos de um Estado judeu e democrático, mas como podemos assegurar que se mantém judeu com 50.000 ou 100.000 migrantes anualmente?”, questionou Netanyahu na terça-feira.

“Um milhão, um milhão e meio e podemos fechar a loja”, acrescentou.

O governo de Netanyahu tem em preparação um polémico plano para expulsar milhares de migrantes que entraram ilegalmente no país.

POLÍTICA DISCRIMINATÓRIA

O Supremo Tribunal israelita suspendeu na semana passada, até dia 26, próxima segunda-feira, a execução desse plano, período em que o Governo deve fundamentar e detalhar as medidas legais consagradas no projecto.

O plano israelita de deportação de africanos já foi denunciado no início deste mês por um grupo de especialistas independentes das Nações Unidas, considerando-o que viola o direito internacional sobre refúgio e direitos humanos.

A relatora especial sobre formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância relacionada, Tendayi Achiume, criticou a natureza discriminatória da estratégia israelita.

“Estou profundamente preocupada com o facto de que essa política visa especificamente indivíduos da África Subsahariana. Ao separar eritreus e sudaneses, a política claramente viola a proibição da discriminação com base na raça e na origem nacional”, afirmou a especialista.

Fonte:Jornal Notícias

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *