Estão sentados lado a lado, Luís Filipe Borges e Bruno Ferreira. Comediantes, amigos mas, sobretudo, amantes de futebol.

Bruno Ferreira imitou centenas de vozes ligadas ao mundo do desporto, na rádio e na televisão. Começou nos anos 90, com figuras como Sousa Cintra (na sua primeira aparição como presidente) e manteve-se na viragem do século, já com Luisão, Liedson, Luís Filipe Vieira e outros protagonistas marcantes do futebol português. Partilha agora um programa de televisão com Luís Filipe Borges, benfiquista convicto e, por isso, nos antípodas das suas preferências clubísticas. A conversa entre ambos é feita de memórias e de inevitáveis picardias.

Bruno Ferreira recorda um encontro com Liedson. O goleador do Sporting, figura de tantos dérbis de Lisboa, era um personagem retratado com frequência pelos humoristas e um sportinguista que vivia dos golos que apontava ao Benfica, recorda.

“Uma vez o Liedson disse-me: a coisa que mais gosto é de marcar golo no estádio da Luz e ouvir todo o mundo calado.” Era por isso que ele colocava as mãos atrás das orelhas sempre que apontava um golo, explica o humorista e adepto do Sporting.

Ouça a explicação do humorista Bruno Ferreira para a origem do gesto mais famoso do antigo goleador do Sporting, Liedson.

Bruno Ferreira não resiste, também, a recuperar o tom em que tantas vezes fez humor com o presidente do Benfica.

Os tiques e expressões mais características de Luís Filipe Vieira imitadas aqui pelo comediante Bruno Ferreira.

Ferreira não fica sem resposta. “Por mim esqueciam já as eleições e ficavam já com o Sousa Cintra. O homem está a fazer um ótimo trabalho. Chegou lá, correu logo o sérvio (o treinador Sinisa Mihajlovic) que, para além de ser um ser humano miserável, também era mau treinador e ia levar uma fortuna ao Sporting”, ironiza Luís Filipe Borges. Já Peseiro foi uma boa solução, diz o benfiquista. “É um bom treinador. E alguém que aceitou o cargo num momento em que até Sá Pinto disse que não ao clube.”

Bruno Ferreira não perde a oportunidade. O comediante muda de posição na cadeira, ergue os braços e ajusta o tom de voz ao de Futre, num retrato que usou tantas vezes no passado.

Quem não se lembra das conferências de imprensa de Paulo Futre? Bruno Ferreira recorda-as aqui.

Na Luz, Luís Filipe Borges estranha a contestação que se sente em relação ao treinador Rui Vitória. “Os benfiquistas têm por vezes memória de peixe. Já esqueceram os dois campeonatos”, aponta. Refere que com os gregos do PAOK faltou a finalização e espera que com Castillo ou Jonas as coisas possam ser diferentes, “quando a tática eventualmente mudar para existir um apoio para o ponta-de-lança Ferreyra.”

Histórias de outros duelos

Natural dos Açores, Luís Filipe Borges recorda o primeiro dérbi a que assistiu em Lisboa, no estádio de Alvalade. “Fui com um amigo, também açoriano. Sabíamos lá que havia zonas especificas na bancada! Ficamos duas filas abaixo da JuveLeo.” Um jogo de emoções contidas.

Também nos anos 90, João Vieira Pinto estragou um aniversário a Bruno Ferreira. Para a história do futebol ficou o 6-3 para os encarnados.

Os humoristas lembram aqui um jogo de má memória para o Sporting, em maio de 1994.

“E o 7-1”, lembra Bruno Ferreira.

Pouco importa que o Benfica tenha vencido o campeonato naquele ano. Luís Filipe Borges recorda que assistiu ao jogo em diferido, na RTP Açores. “O meu pai tinha ouvido o jogo no rádio e disse-me: filho, não vejas. Ao intervalo estava 2-1, para o Sporting. Foi então que ele anunciou que o jogo tinha ficado 7-1, antes que começasse o segundo tempo. Não acreditei.”

Foi preciso ver para crer, mesmo em diferido, que o Benfica era capaz de perder por 7-1. Aconteceu em dezembro de 1986, e Luís Filipe Borges continua a considerar o feito “impossível”

Fonte:TSF Desporto

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