Na Casa do Salgueiros, em Paranhos, há uma tarja que diz “O sangue ainda corre nas nossas veias – É sinal de que estamos vivos”. A frase vem ainda da crise de 2008, quando o clube, em resultado de um processo de insolvência, foi obrigado a passar a usar a designação Salgueiros 08.

Esse dia ficou marcado na história do clube. Tal como o de hoje, 10 de julho de 2018, por coincidência, dia do futebol. A partir de hoje, o Salgueiros volta a usar o nome antigo: Sport Comércio e Salgueiros.

Para Gil Almeida, vice-presidente do Salgueiros, este é um momento que marca a nova história que esta direção pretende dar ao clube.

Outro momento determinante foi quando receberam as chaves desta moradia, junto à Arca de Água. A câmara alugou-lhes este edifício que estava abandonado em troco de uma renda simbólica e do compromisso de remodelação.

Sem dinheiro, foram os sócios que deitaram mãos à obra. “Algumas empresas apoiaram com materiais e os sócios estiveram a trabalhar, de trincha, martelo, tudo”, lembra o responsável da direção do clube, que é também arquiteto.

A vontade de recuperar o clube, que chegou a estar 24 vezes na primeira divisão, tem também eco na constituição da SAD, aprovada pelos sócios há pouco mais de um mês. “A solução de sociedade anónima, com novos parceiros, pareceu a melhor solução, de forma a colocar nos próximos cinco anos o Salgueiros de novo nos campeonatos profissionais”, explica.

No antigo estádio Vidal Pinheiro, as emoções de Jorge Almeida ficam à flor da pele. Jorge, mais conhecido por Jorginho, foi jogador do Salgueiros, depois passou para a equipa técnica, onde está agora como treinador adjunto.

Quando se entra para os antigos balneários, há uma pintura enorme, já desgastada pelo tempo, onde está a equipa que levou o Salgueiros à Taça UEFA, em 1992. Ali está Jorginho, ao centro, de equipamento preto. Era um dos treinadores: “Traz-me boas memórias. Alguns já não estão connosco…

“As memórias traem as emoções. Jorge Almeida tenta segurar o fio da voz na esperança de um futuro melhor. Para já, o que fazia mesmo falta era um estádio onde pudessem treinar e jogar. “Precisávamos de ter um espaço nosso, andamos sempre com a casa às costas, isto é mesmo por gosto, andamos sempre a ajudar-nos uns aos outros para não faltar nada aos jogadores”, lamenta Jorginho.

Este estádio Vidal Pinheiro foi vendido à Metro do Porto, numa altura em que as contas do clube já não andavam bem. Agora é um descampado, com os respiros da estação de metro de Salgueiros mesmo no meio, onde antigamente a bola era personagem principal. Jorge jogou em pelado, jogou quando o campo era relvado, jogou “até isto ir tudo abaixo”.

Atualmente, o Salgueiros gasta entre 50 a 60 mil euros por ano para alugar o estádio municipal da Maia para treinar e jogar.
Um dos próximos objetivos do clube tripeiro é voltar a jogar na cidade do Porto.

Fonte:TSF Desporto

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