A falta de fundos para custear o reassentamento de famílias e relocação de infra-estruturas localizadas no traçado pode comprometer a meta de concluir, até 31 de Março, as obras de reabilitação e redimensionamento da Estrada Nacional Número Seis (EN6), que liga a cidade da Beira, em Sofala, e a vila de Machipanda, em Manica, na fronteira com o Zimbabwe.

Segundo Manuel Fobra, director das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos de Sofala, o que mais embaraça o progresso da empreitada é a demolição de algumas casas e barracas localizadas no cruzamento do Inchope, na província de Manica.

Já em Sofala, a fonte apontou a necessidade de reassentamento de famílias afectadas pelo traçado da via no município do Dondo.

Há, igualmente, a necessidade de relocação de uma conduta de água pertencente ao Fundo de Investimento e Património do Abastecimento de Água (FIPAG), numa extensão de 2500 metros, entre Dondo e Inhamízua, além da remoção de barracas no mercado de Inhamízua, nos arredores da cidade da Beira. Entretanto, a nossa fonte não revelou os valores necessários para estas operações.

Tudo isto, segundo Manuel Fobra, acontece numa altura em que as obras, que envolvem 1530 trabalhadores nacionais, estão cumpridas em cerca de 85 por cento. Orçada em 410 milhões de dólares norte-americanos financiados pelo Governo de Moçambique e pelo Exim-Bank da China, a empreitada iniciou em Abril de 2015.

Com a estrada concluída, a expectativa das autoridades é ver reduzido o tempo de viagem da Beira a Machipanda, de seis para quatro horas. Para o efeito, o projecto contempla a construção de 48 quilómetros de estrada com quatro faixas de rodagem, uma segunda ponte sobre o rio Púngoè, uma passagem desnivelada no cruzamento do Inchope, incluindo uma segunda báscula no Dondo, além do aumento das secções transversais.

Por outro lado, pretende-se que a EN6 redimensionada garanta maior fluidez do tráfego, contribuindo para os objectivos da integração regional. Espera-se também que, no final das obras, sejam reduzidos os custos de operação do serviço de transporte de passageiros e de carga, altos pelas condições da rodovia.

O Governo acredita estar garantido o retorno do investimento, assegurando que se está a preparar para fazer face às necessidades de manutenção da via, que terá três praças de portagem em Dondo e Nhamatanda, na província de Sofala, e Vandúzi, em Manica.

Pela estrada Beira-Machipanda, são maioritariamente transportadas cargas como combustíveis líquidos, carvão mineral, madeira e produtos agrícolas, sendo que a via conhece um tráfego diário estimado de três mil veículos, dos quais 1500 pesados e igual número ligeiros.

Fonte:http://www.jornalnoticias.co.mz/index.php/economia/75319-obras-da-en6-defice-de-fundos-ameaca-cumprimento-dos-prazos.html

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