A CPLP está a despertar um “interesse generalizado” e “crescente” de organizações internacionais, disse na quarta-feira o secretário executivo desta entidade, após três dias de encontros em Genebra, onde a preocupação foi dar “mais visibilidade” à comunidade dos países lusófonos.

“O que pude constatar com todos estes encontros é que há um interesse crescente pela CPLP. (…) A CPLP está “a despertar um interesse generalizado das organizações”, afirmou o embaixador Francisco Ribeiro Telles, lembrando que também “não é por acaso” que aquela entidade já tem hoje 19 países observadores associados.

Ribeiro Telles falava à Lusa após três dias de encontros que terminaram na quarta-feira de manhã, com a reunião com o director-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus.

“A minha preocupação em todos estes encontros foi dar à CPLP uma crescente visibilidade nos fóruns internacionais”, afirmou, uma das promessas que Ribeiro Telles fez antes de tomar posse como secretário executivo da CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.

Além da reunião com o responsável da OMS, Ribeiro Telles teve encontros com os directores-gerais da Organização Internacional do Trabalho (OIT), Guy Ryder, e da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, sigla em inglês), bem como com a ministra de Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos do Brasil, Damares Alves.

Mas teve também um encontro com a Alta-Comissária-Adjunta para os Direitos Humanos, Kate Gilmore, e discursou na 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Com o director-geral da OMS, o secretário executivo conversou sobre a possibilidade de o escritório regional da OMS para a Europa, sediado em Copenhaga, na Dinamarca, desenvolver uma parceria com a CPLP para a realização de uma conferência em Lisboa com ministros da Saúde da CPLP e dos países observadores associados da Comunidade.

Ao responsável da OMS, o secretário executivo da CPLP solicitou também apoio para a concretização de uma reunião informal de ministros da Saúde da CPLP, à margem da Assembleia Mundial de Saúde, que vai ter lugar em Genebra, Suíça, em Maio.

“Também discutimos a possibilidade de haver uma actualização de um memorando de entendimento que já existe entre a CPLP e a OMS há bastantes anos”, adiantou o diplomata Ribeiro Telles.

Com a Organização Internacional do Trabalho, a CPLP tem um balanço de cooperação “positivo” nos últimos 15 anos, considerou, mas é “importante” que haja maior presença daquela instituição em reuniões da comunidade dos países lusófonos.

“Falámos também sobre a possibilidade, dado que a CPLP celebra o Ano da Juventude em 2019, de haver um encontro de peritos da CPLP, ibero-americanos e da OIT, para discutirmos a empregabilidade jovem, em Lisboa. Ele [Guy Ryder] achou excelente a ideia desse encontro tripartido. E ficámos de concretizá-la”, adiantou.

No encontro com a Alta-Comissária-Adjunta para os Direitos Humanos, entre outras coisas, o embaixador Ribeiro Telles pediu apoio técnico “para o fortalecimento institucional e na capacitação na área da defesa e promoção dos direitos humanos”.

“Também solicitámos  apoio do Alto-Comissariado para o desenvolvimento de esforços de capacitação dos Estados-membros da CPLP no estabelecimento e reforço de instituições nacionais de direitos humanos”, adiantou.

Fundada em 1996, a CPLP é constituída por Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe.

 

    Fonte:Jornal Notícias

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