COMUNIDADES do distrito de Pebane, residentesna zona circunvizinha do Parque Nacional do Gilé, na província da Zambézia, querem que o turismo volte a ser uma actividade de eleição nesta área de conservação, criada para proteger diferentes espécies de fauna, com destaque para o elefante e o rinoceronte.
A preocupação foiapresentada pelo Comité de Gestão de Recursos Naturais de Musseia, posto administrativo de Mulela, ao director-geral da Administração Nacional das Áreas de Conservação (ANAC), Mateus Mutemba, durante a visita que este recentemente efectuou ao local.
A comunidade pediu que o investimento no turismotenha em consideração os seus impactos económicos, sociais e ambientais, actuais e futuros, atendendo não sóàsnecessidadesdos turistas, como também da indústriae dos residentes locais.
Respondendo à inquietação apresentada, Mutembaafirmou que um dos requisitos indispensáveis para atrair turistas passa pela restauração da população animal e reforço da fiscalização para garantir a conservação das espécies.
“O caminho é longo. Estamos a trabalhar para concretizar este objectivo, o mais breve possível. É também uma preocupação nossa e estamos satisfeitos em saber que o comité partilha da mesma visão, no que diz respeito ao desenvolvimento do turismo”, anotou.
Reconhecendo o papel que as comunidades têm desempenhado na preservação da biodiversidade e dos ecossistemas do parque, o director-geral da ANAC enalteceu o seu contributo no combate à caça furtiva, abate ilegal de espécies florestais e queimadas descontroladas.
O encontro marcou o término da monitoria deprojectos do sectorda conservação da biodiversidade no Parquedo Gilélevada pela ANAC nesta áreaprotegida,distribuída pelosdistritos de Pebane e Gilé,que contemplou, entre outros momentos, visitas às instalações do parque, nomeadamente nos acampamentos de Musseia e Lice, para além dos seus postos de fiscalização.
A equipafiscalizou tambémas actividades de restauração da biodiversidade e monitoria ecológica, assim como manteve reuniões com os funcionários e fiscais do parque.
Recentemente, o Parque Nacional de Gilé, antes Reserva Nacional, foi uma das três áreas de conservação recategorizada pelo Conselho de Ministros, numa acção que visa enquadrá-las dentro do regime jurídico legal em vigor, tendo em conta o estágio de preservação, integridade e maneio das mesmas, em termos de gestão de recursos naturais e dos ecossistemas existentes. Deste modo o parque teve o seu estatuto de conservação elevado, passando a ser uma área de conservação total.
Animais de grande porte,como elefantes, búfalos, leopardos e hienas,podem ser observados em safaris pela sua savana. As densas florestas de moimbo, planícies e vegetação ribeirinha, onde habitam centenas de espécies de aves, répteis e anfíbios,fontes de águas termais e oMonte Pope, dão vida à paisagem.
Fonte:Jornal Notícias