As personalidades da política moçambicana consideram Dom Carlos Matsinhe um exemplo a seguir. O pensamento foi compartilhado por Joaquim Chissano, Eduardo Mulembwe e Fernando Mazanga que defendem igualmente que Dom Matsinhe vai continuar a ser prestativo para a sociedade.

Joaquim Chissano – Antigo Presidente da República Desde os primeiros tempos, as igrejas contribuíram e continuam a contribuir (para a moralização da sociedade). Aprecio a coordenação que vai crescendo entre a igreja e o Governo, entre os políticos e os dirigentes religiosos. Isto é muito útil para a educação da nossa sociedade, nossa unidade nacional e paz.

Eduardo Mulémbwè – Deputado

São 45 anos de total dedicação à igreja e ao serviço do próximo e parece-me exemplar. Isto é um legado. É o exemplo do que temos de seguir. Sermos fiéis aos nossos compromissos até ao final da nossa missão. Podemos contar muitas histórias. Eu acredito que Dom Carlos foi continuador fiel da obra iniciada pelo bispo Dom Dinis Sengulane, bispo emérito da Diocese dos Libombos. Essas dioceses, todas concebidas e pensadas na época de Dom Dinis Sengulane, foram sendo concretizadas com a obra de Dom Carlos Matsinhe. Está aí uma obra. Os discursos o vento leva e as obras permanecem e está aí uma obra. Dom Matsinhe continuará a ser um homem prestativo para a sua sociedade.

 

Fernando Mazanga – Vogal da Comissão Nacional de Eleições

O que agrada a mim é que já terei mais tempo com o presidente Matsinhe, como presidente da Comissão Nacional de Eleições, porque dividi-lo com a igreja era um pouco complicado, mas agora vamos ver se, a tempo inteiro, podemos trabalhar e trazer uma boa imagem para a CNE. É muito importante que esta sociedade seja moralizada. Nunca usar a igreja para fins perversos. A igreja deve ser usada para o bem, a paz e a reconciliação. Não usar a igreja como factor de desunião dos moçambicanos, de ameaças. É fundamental que haja a paz e que a igreja contribua para tal.

 

Crentes dizem que Dom Carlos Matsinhe trabalhou muito bem

Os crentes da Igreja Anglicana enaltecem as obras de Dom Carlos Matsinhe e dizem que deixam bom legado da sua liderança. Os fiéis acrescentam que o próximo líder deve, também, guiar-se pelos princípios divinos.

“Em tudo dai graças a Deus”, este é um dos comandos da sagrada escritura, no livro de Tessalonicenses.

E, neste domingo (14 de Julho de 2024), milhares de crentes quase lotaram o pavilhão de Maxaquene para dar graças a Deus por lhes ter colocado Dom Carlos Matsinhe como líder espiritual por 45 anos.

“Eu acho que o nosso bispo trabalhou muito bem para a nossa igreja, desenvolveu a Igreja Anglicana e vai deixar muitas saudades para os crentes”, disse Martins Tomás, crente da Igreja Anglicana, presente no pavilhão de Maxaquene, na Cidade de Maputo.

Dom Carlos Matsinhe não vai só deixar saudades, mas também um legado, “o legado que o bispo deixa para a igreja da continuidade”. Que nós continuemos a adorar a Deus em espírito e amor. Continuemos com o trabalho da caridade, ajudando uns aos outros”, referiu Lídia Cumba, também crente da Igreja Anglicana.

Por isso, é importante que o próximo bispo da Diocese dos Libombos seja, também, guiado pelos princípios de Deus.

“Esperamos que o próximo líder seja melhor que o anterior, ou seja, como Dom Carlos Matsinhe”, apontou Isabel Paulo, secundada pela crente Lídia Cumba, ao afirmar que “deve imitar a Jesus”. Qualquer líder deve ter características de Jesus”.

Entretanto, isto não significa deixar de lado os princípios da igreja. “Há princípios canónicos que são seguidos. Os regulamentos já estão fixados e definem quais são os requisitos para ser líder”, acautelou Nicolau Sululu, crente da Igreja Anglicana.

Dom Carlos Matsinhe exerceu o sacerdócio por 45 anos e, até à sua reforma, era cumulativamente bispo da Diocese dos Libombos e presidente da Igreja Anglicana.

Fonte:O País

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