Sete ponto quatro mil milhões de meticais (7.4 mil milhões de mts) é o valor em falta para garantir o Plano de Contingência para responder às necessidades da época chuvosa 2022/2023. Os impactos da estação chuvosa poderão afectar 2.2 milhões de pessoas em todo o país, um número superior em relação à época passada, devido à grande probabilidade de ocorrência de cheias de alta magnitude.

 

A garantia foi dada esta segunda-feira pela Directora-Geral do Instituto Nacional de Gestão de Redução do Risco de Desastres (INGD), Luísa Meque, durante o Conselho Coordenador de Gestão de Calamidades, que decorreu na cidade de Maputo.

 

Segundo Meque, dos 12,5 mil milhões de meticais necessários para a presente época chuvosa, apenas estão disponíveis 5.1 mil milhões, havendo um défice de 7.4 mil milhões, que serão mobilizados junto de vários parceiros de cooperação e da sociedade civil em geral.

 

“Foram definidos três cenários das populações em risco, tomando em conta as previsões climáticas e comportamento da época passada. Para tal, foi aprovado o cenário dois que contempla chuvas, cheias, ventos fortes, inundações urbanas, seca e ocorrência de ciclones e prevê-se que 2.2 milhões de pessoas possam estar em risco”, frisou. 

 

Conforme avançou Meque, o plano de contingência 2022/2023 contempla ainda a prevalência da situação dos deslocados, cujos dados indicam 1.2 mil pessoas.

 

Meque explicou ainda que se prevê, no trimestre de Outubro a Dezembro, a ocorrência de chuvas normais com tendência para acima do normal para as províncias de Maputo, Gaza, Inhambane, Manica e Sofala e nos distritos a sudoeste de Tete e sul da Zambézia.

 

Entretanto, para o trimestre de Janeiro a Março de 2023, prevê-se chuvas normais com tendência para acima do normal para toda a extensão das províncias de Maputo, Gaza, Manica, Sofala e Tete, partes significativas da Zambézia e nos distritos do sudeste do Niassa. Prevê-se ainda chuvas normais na província da Zambézia e distritos a oeste de Nampula e em alguns distritos da parte centro do Niassa.

 

O cenário será diferente em algumas regiões do país, onde se prevê chuvas normais com tendências para abaixo do normal para a província de Cabo Delgado, grande extensão da província de Nampula e alguns distritos da zona norte e nordeste do Niassa.

 

Em relação ao quadro hidrológico, para o trimestre de Outubro a Dezembro, prevê-se um risco baixo para as bacias hidrográficas de Maputo, Umbeluzi, Incomati, Buzi, Nhanombe, Zambeze e Licungo. Para o trimestre de Janeiro a Março de 2023, prevê-se risco moderado a alto para as bacias hidrográficas de Maputo, Umbeluzi, Incomati, Limpopo, Save, Buzi, Púnguè e Savana.

 

“Temos um risco alto para as bacias de Buzi, Púnguè e Licungo. E temos também algumas cidades e vilas com maior risco de inundações como a cidade de Maputo, Matola, Pemba, Quelimane e Beira”.

 

Em relação à incidência de casos de malária, há um risco alto para o trimestre de Outubro a Dezembro na parte central da província de Tete, a sul da província da Zambézia e na província de Sofala.  

 

Ainda sobre a malária, espera-se risco moderado para quase toda a extensão da província de Inhambane, Sofala e na parte norte da província de Manica e no extremo nordeste da província de Tete.

 

De Janeiro a Março, o risco será alto na área central da província de Nampula e a noroeste da província da Zambézia. Para o mesmo período, prevê-se risco moderado no extremo norte da província de Nampula, na parte central da província da Zambézia e a sul das províncias do Niassa e Cabo Delgado. (Marta Afonso)

Fonte: Carta de Moçambique

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