Potências pressionam Irão a abandonar programa nuclear

Vários países estão a pressionar o Irão para abandonar o seu programa nuclear, alegando que viola o acordo de 2015, mas não chegam a acordo sobre o accionamento do mecanismo de resolução de controvérsias, segundo uma autoridade chinesa.

Representantes de cinco potências mundiais reuniram-se, esta sexta-feira em Viena, com uma delegação iraniana para discutir como salvar o acordo nuclear de 2015, que ficou ameaçado depois de os Estados Unidos o terem abandonado, em 2018, e após várias violações dos termos do plano por parte de Teerão.
Contudo, a China não concorda com a invocação do chamado mecanismo de resolução de controvérsias do acordo, como um gesto que sirva de base a uma proposta que possa ser levada ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, segundo o representante chinês no encontro, Fu Cong.
O diplomata chinês disse aos jornalistas que “o Irão deixou muito claro que todas as suas acções são reversíveis e que está preparado para voltar ao pleno cumprimento do acordo”, pelo que não vê necessidade de accionar o mecanismo de resolução.
Os países europeus, contudo, consideram que o mecanismo de resolução de controvérsias deve ser accionado, tendo em conta que o Irão tem intensificado a produção de urânio enriquecido e está mesmo a usar o seu programa nuclear com fins militares.
A representante da União Europeia, Helga Schmid, que presidiu à reunião, usou a sua conta da rede social Twitter para reconhecer que “há uma responsabilidade colectiva para preservar” o acordo, e instou “todos os participantes a reportarem aos seus governos, pois são necessários grandes esforços de todas as partes”.
Após a reunião, o representante iraniano Abbas Araghchi disse aos jornalistas que considera que as potências mundiais “estão interessadas em encontrar soluções práticas para que pudessem continuar sua cooperação económica com o Irão”.
“Percebemos o espírito de responsabilidade desses países, mas é claro que existem problemas e obstáculos no caminho”, disse Araghchi, sem se comprometer com uma decisão do Governo de Teerão, relativamente às exigências de suspensão do programa nuclear.
Antes das negociações em Viena, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Christofer Burger, tinha dito aos jornalistas, em Berlim, que a abordagem do Irão era “inaceitável” e que os diplomatas deixariam isso claro na reunião de Viena.
“Salientamos que o Irão deve reverter completamente suas violações” do acordo, disse o porta-voz do Governo alemão, antes da reunião que decorre dois dias depois de os três países que aderiram ao acordo nuclear de 2015 — Alemanha, França e Reino Unido — terem enviado uma carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, denunciado o facto de o Irão estar a usar o seu programa nuclear para fins militares.
Enquanto isso, o presidente iraniano, Hassan Rohani, insistiu na quarta-feira que o seu governo continua disponível para negociar com os Estados Unidos em os parceiros que permanecem no acordo nuclear, mas apenas quando Washington levantar “todas as suas sanções injustas contra o Irão”.(RM /NMinuto)

 

Fonte:Rádio Moçambique Online

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