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Presidente do Banco Mundial anuncia ajuda financeira a Moçambique

Presidente do Banco Mundial anuncia ajuda financeira a Moçambique

Vinte e três dias depois de assumir a presidência do Grupo Banco Mundial, o economista norte-americano David Malpass chegou hoje a Moçambique e no fim da tarde foi recebido pelo Presidente da República. No encontro de menos de uma hora, os dois dirigentes analisaram vários programas de desenvolvimento humano financiados pelo Banco Mundial e falaram da assistência às vítimas do ciclone Idai.

Mas as decisões sobre a ajuda financeira do Banco Mundial a Moçambique serão anunciadas na tarde de amanhã a Maputo, depois da curta visita que David Malpass irá efectuar a Beira, a cidade mais devastada pelo ciclone.

“Tive uma recepção calorosa do Presidente (da República) e expressei as minhas condolências ao povo moçambicano pelas calamidades que assolaram o país. Falamos sobre os esforços em curso em termos de assistência. Irei viajar a Beira para avaliar os danos e o processo da reconstrução. O Banco Mundial está presente nas acções em curso no processo de assistência, mas também no processo de desenvolvimento de Moçambique a longo prazo”, explicou Malpass, numa curta declaração à imprensa.

O líder da maior instituição financeira multilateral manifestou o interesse do banco em prosseguir com os vários programas de desenvolvimento humano, alguns dos quais foram analisados no encontro com o Chefe de Estado.

Depois do encontro na Presidência da República, o presidente do Banco Mundial teve um jantar de trabalho com o Chefe de Estado, ministro da Economia e Finanças e governador do Banco de Moçambique. Longe das câmaras.

Antes de aterrar em Moçambique, David Malpass esteve na Etiópia e Madagáscar e amanhã deverá partir para Egipto, último destino do seu primeiro “périplo” pela África.

David Malpass é o primeiro presidente do Banco Mundial que visita Moçambique nos últimos 10 anos. E veio a Maputo para anunciar uma ajuda financeira que o país tanto precisa. Mas hoje por pouco via o seu encontro com o Chefe de Estado adiado das 16H30 para às 19H00. Tudo porque Filipe Nyusi tinha uma “agenda carregada”: à tarde atravessou a baía de Maputo para ir dirigir um encontro da juventude da Frelimo na KaTembe. Saiu do local depois das 16H00 e já ia atrasado ao encontro com o presidente do Banco Mundial. Às 16H20, a imprensa que estava na Presidência foi informada do adiamento do encontro para às 19H00. Razões: O Presidente da República ia, primeiro, participar da cerimónia de lançamento do livro do deputado Edson Macuácua. Só depois iria receber o presidente do Banco Mundial, às 19H00. A justificação era que na cerimónia de lançamento do livro os convidados já estavam à espera pela chegada do Chefe de Estado para o início das actividades.

Mas 30 minutos depois, a Presidência da República volta a convocar os jornalistas que ainda estavam no local para o encontro entre o Chefe de Estado e o presidente do Banco Mundial, que iniciou perto das 17H00. “Estão a ser chamados. O encontro vai acontecer agora e não às 19H00”, disse um funcionário da Presidência. Só depois do encontro com David Malpass, Filipe Nyusi foi à cerimónia de lançamento do livro “Revisão Constitucional de 2018 e Descentralização”.

Alto funcionário do Departamento do Tesouro norte-americano, David Malpass foi proposto por Donald Trump para a presidência do Banco Mundial, tendo sido confirmado pelo conselho executivo da instituição no dia 05 de Abril. Quatro dias depois, o antigo subsecretário do Tesouro para Assuntos Internacionais e homem de confiança de Trump assumia a liderança do banco, por um período de cinco anos.

Aliás, quando Trump propôs Malpass para a presidência do banco em Fevereiro, a imprensa internacional descreveu a preferência como sinal do interesse do governo norte-americano de ter o maior controlo da instituição. “Ele lutou para garantir que o financiamento esteja concentrado em lugares e projectos que realmente precisam de ajuda, incluindo pessoas vivendo na extrema pobreza”, disse Trump ao anunciar sua escolha na Casa Branca, citado pelo jornal Época de Negócios. Aliás, em 2017 David Malpass criticou os contínuos empréstimos do Banco Mundial à China, argumentando que a segunda maior economia do mundo era muito rica para essa ajuda.

 

 

Fonte:O País