AS medidas de prevenção da Covid-19 nos transportes públicos de passageirosna cidade de Maputo não estão a ser cumpridas, colocando em causa o combate à doença e a saúde pública.

Utentes da Cooperativa dos Transportadores do Corredor I (COOTRACI), que liga o Zimpeto à baixa da cidade e ao Museu, foram unânimes em afirmar que já não se faz a desinfecção regular dos autocarros por viagem e nem o cumprimento da lotação.

Genoveva Bila, passageira, disse que no princípio da pandemia a instituição tinha toda atenção de proceder à desinfecção dos carros a cada viagem. Aliás, nos terminais havia montado, inclusive, pontos de lavagem das mãos ou de desinfecção de todos os passageiros.

“Actualmente isso não se verifica. Até há situações de passageiros que entram sem máscaras e a tripulação nada faz. A situação é triste e pode contribuir para o recrudescimento dos números de casos positivos”, disse.

Julião João, igualmente passageiro, reside no Bairro Santa Isabel, no distrito de Marracuene, e diz que nos últimos dias nota-se um total incumprimento das medidas de prevenção no terminal do Zimpeto.

“As tripulação já não consegue fazer cumprir as medidas de prevenção da doençae que em muitos casos estes não conseguem desinfectar os seus carros e excedem a lotação. Dito doutra forma, os carros não enchem para as tripulações”, disse Julião João.

Roberto Nguila é também passageiro frequente na linha da COOTRACI. Residente do Bairro do Zimpeto, e corroborou com Genoveva Bila, ao afirmar que a atenção das tripulações ou cooperativasreduziu drasticamente nos últimos dias.

António Tsucana, presidente da COOTRACI, disse que as medidas continuam a ser cumpridas, mas pode haver uma relativa redução ou relaxamento por parte das tripulações.

“Nós sabemos que a desinfecção dos autocarros, por exemplo, continua a ser feita, pode não ser com a mesma proporção. Vamos procurar saber o que está a acontecer no terreno”, frisou.

Quanto à lotação, Tsucana explicou que é um problema conjetural resultante da falta de transporte na cidade. Precisou que as pessoas ficam muito tempo à espera de um meio de transporte e quando o autocarro chega todos querem entrar e não interessa se está ou não cheio.

“Grande parte dos nossos autocarros foram adquiridos em 2016 e estão em constantes avarias. Assim, diariamente o número dos carros que se fazem à estrada vai reduzindo e isso propicia a falta de transporte”, precisou.

Tsucana disse que é interesse da sua instituição contribuir na prevenção da Covid-19, porque essa doença não escolhe. Resumiu afirmando que a superlotação dos autocarros é um problema de incapacidade e não de sabotagem.

Fonte:Jornal Notícias

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