As primeiras papas instantâneas de sabores moçambicanos inteiramente produzidas por uma indústria nacional, a Miruku Agro-Indústria, vão chegar ao mercado em 2019, indicou à Lusa o responsável da empresa.

A empresa moçambicana foi uma das distinguidas entre as 21 PME (Pequenas e Médias Empresas) que concorreram a uma oportunidade de investimento no 1º Fórum Africano de Investimento, que terminou quarta-feira em Nairobi, no Quénia.

A inovação dos sabores (baunilha, chocolate e banana) que estão a introduzir num produto que já fabricam e o potencial do negócio, face “ao tamanho do mercado e à substituição do produto importado” terão sido decisivos para a deliberação do júri, disse à Lusa o co-fundador e director técnico da Miruku Agro-Indústria, Abdul Caiuo.

O prémio representa uma componente de assistência técnica que, segundo Abdul Caiuo, “vai ajudar a melhorar a qualidade do produto e encontrar oportunidades de financiamento”.

A Miruku Agro-Indústria nasceu em 2016, “como parte da estratégia de diversificação e crescimento de negócio do grupo Miruku, que opera na área de consultoria, produzindo actualmente farinha de milho fortificado, adiantou o empreendedor, de 34 anos.

O próximo passo é a introdução de um novo produto, duas linhas de papas instantâneas enriquecidas, uma, sem sabor, para o mercado do Programa Mundial de Alimentação e organizações não-governamentais, que importa actualmente cerca de 3000 toneladas ao ano; outra linha, com sabores diversos, para os consumidores finais através dos supermercados.

Destina-se, primordialmente, a crianças entre os 16 meses e cinco anos, sendo também aconselhada para as mães.

A Miruku Agro-Indústria já investiu quase 450 mil dólares na construção de uma fábrica e aquisição de equipamento, tendo dado início à fase de testes, mas espera obter ainda mais 600 mil dólares “para o fundo de maneio, atendendo à natureza do negócio”, o que permitirá comprar a matéria-prima, quando os preços são mais baixos, detalhou Abdul Caiuo.

A empresa pretende ainda criar um mini-laboratório para controlar a qualidade e uma moageira final para tornar o produto mais fino e apetecível.

“Se não conseguirmos o investimento a fábrica vai funcionar à mesma este ano”, garantiu o mesmo responsável, acrescentando que a nova papa instantânea vai chegar ao mercado no primeiro trimestre de 2019.

“Queremos diferenciar-nos pelo preço e por ser um produto nacional”, realçou, afirmando que cada embalagem para o consumidor final deverá ser vendida a um dólar, ligeiramente mais baixo do que o produto importado “para ser mais competitivo”.

A Miruku Agro-Indústria trabalha com uma rede de 2500 produtores distribuídos por vários distritos do Corredor de Nacala e vai usar esta rede para  igualmente vender o produto.

“O nosso foco vai ser a região norte: Nampula, Cabo Delgado, Niassa e norte da Zambézia, mas em três anos queremos começar a expandir para o resto de Moçambique”, conclui Abdul Caiuo.

    Fonte:Jornal Notícias

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