A Economist Intelligence Unit considera que o anúncio da interposição de uma acção judicial por parte da Privinvest contra Moçambique “é, provavelmente, uma tentativa de resposta para pressionar as autoridades a desistirem do seu processo”.

Num comentário a este anúncio da Privinvest, uma das empresas envolvidas no escândalo das dívidas ocultas em Moçambique, os peritos da unidade de análise da revista britânica The Economist dizem que o objectivo é levar as autoridades moçambicanas a desistirem do processo contra esta construtora “e impedir a divulgação de dados que são negativos” para as duas partes.

“A litigação internacional, neste caso, seria negativa para Moçambique, já que traria para o domínio público mais informações”, dizem os analistas na nota enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, na qual acrescentam que “também há riscos para a Privinvest e os seus administradores”.

O anúncio, feito em meados de Abril, representa uma escalada na disputa entre as duas partes, com fortes dimensões comerciais, económicas e políticas.

Em Março, o grupo Privinvest processou o Estado moçambicano e três empresas estatais envolvidas no caso das dívidas ocultas, alegando ter registado incumprimentos de pelo menos 200 milhões de dólares (176,9 milhões de euros) face a um dos contratos.

O processo contra o Estado, apresentado no tribunal arbitral da Suíça, em 14 de Março, visa, em particular, a empresa Mozambique Asset Management (MAM), segundo divulgou a Privinvest.

A empresa naval Privinvest afirma que Moçambique não pagou por mercadorias adquiridas à empresa libanesa, acusando, assim, o Estado moçambicano de quebrar cláusulas de confidencialidade do acordo de fornecimento de equipamentos, que terão lesado a empresa em 200 milhões de dólares.

“Durante cerca de três meses, a Privinvest tem sido muito silenciosa face à falsa narrativa sobre as suas actividades em Moçambique e não pretende continuar em silêncio”, referiu então um porta-voz da empresa, Jeffrey Birnbaum, à Bloomberg.

    Fonte:Jornal Notícias

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