A Polícia da República de Moçambique (PRM) na Zambézia apela aos cidadãos eleitores a absterem-se de desacatos durante a votação desta quarta-feira para que a corporação não seja obrigada a intervir para repor a ordem e segurança públicas.

“Não nos obriguem a usar a força, porque não gostaríamos que isso acontecesse. Para tal, os eleitores devem abster-se de confusões”, disse o director da Ordem e Segurança Pública do Comando Provincial da PRM da Zambézia, António Paulo, citado pela AIM.

Falando ontem, na cidade de Quelimane, em conferência de imprensa de balanço das actividades policiais durante a campanha eleitoral que terminou domingo, Paulo disse que o mais importante no dia da votação é cada eleitor abandonar a assembleia de voto depois de exercer o seu direito de cidadania.

“A Polícia exorta a todos os cidadãos eleitores para afluírem às urnas de forma disciplinada. Isto é de lei. A Polícia não vai tolerar que os votantes permaneçam nas assembleias de voto depois de terem exercido o seu dever cívico”, frisou.

Acrescentou que a única actividade dos eleitores é votar e depois abandonar o local e aguardar o anúncio dos resultados através de canais apropriados. Realçou que os que estão autorizados a permanecerem nas assembleias de voto são pessoas devidamente credenciadas.
Quanto à campanha eleitoral, António Paulo disse que decorreu sem grandes sobressaltos.
Porém, lamentou o registo de alguns casos, num total de cinco. Parte dos casos obrigaram a corporação a intervir com recurso “a meios adequados para garantir a ordem e segurança públicas”.

Citou os casos de Guruè e Alto-Molócuè, onde a Polícia foi obrigada a recorrer a balas de borracha e gás lacrimogéneo.

Quanto aos desacatos que ocorreram este domingo no município de Alto-Molócuè, a fonte disse ter havido vandalização do vidro pára-brisas da viatura do presidente do Conselho Municipal local, quando foi emboscado por indivíduos ainda por identificar.

“Mas há fortes suspeitas que tenham sido membros e simpatizantes da Renamo, por se tratar dos mesmos que promoveram os desacatos que forçaram a Polícia a intervir”, explicou.
Segundo a fonte, parte desse mesmo grupo foi molestar fisicamente a secretária da Organização da Mulher Moçambicana (OMM) de um dos círculos de Alto-Molócuè.

Sobre o baleamento mortal de um agente da Polícia no município de Guruè, a fonte disse ser um caso que não tem nada a ver com a campanha eleitoral. “Ele esteve em missão de perseguição de uma quadrilha. Mas três dos supostos integrantes já caíram nas mãos da Polícia e dois continuam a monte”.

Solicitado a reagir sobre rumores do desaparecimento de urnas e outros materiais a serem usados na votação de quarta-feira, algures na Zambézia, António Paulo disse desconhecer o assunto.

Contudo, garantiu que a Polícia vai procurar detalhes sobre a informação, porque
“toda a informação é válida para o trabalho policial”, afirmou.

 

    Fonte:Jornal Notícias

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