PRODUTORES russos de fertilizantes minerais anunciaram estar prontos para duplicar o fornecimento dos seus produtos para os países africanos nos próximos cinco anos.

O anúncio foi feito por Andrey Guryev, presidente da Associação Russa de Produtores de Fertilizantes (RFPA), à margem da segunda Cimeira Rússia-África, realizada em São Petersburgo.

A duplicação do fornecimento deve-se ao facto de o continente registar uma situação de défice alimentar porque 60% das terras aráveis não estão sendo utilizadas para a agricultura.

Segundo dados das Nações Unidas (ONU), 40% da terra em África sofre degradação devido à presença de cádmio e impurezas de metais pesados provenientes de fertilizantes.

Aproximadamente 278 milhões de pessoas (20% da população) sofrem de fome crónica.

Se a tendência actual de importação de alimentos continuar, que actualmente chega a US$ 55 bilhões, espera-se que dobre até 2030.

A Rússia detém cerca de 10% do mercado africano de fertilizantes minerais. Nos últimos cinco anos, a Rússia mais que duplicou a exportação de fertilizantes minerais para países africanos, atingindo 1,6 milhão de toneladas em 2022. Estes insumos são utilizados em 25 países em todo o continente.

Os principais produtos fornecidos ao mercado africano incluem fosfato de amónio, nitrato de amónio e uréia. Os principais fornecedores de fertilizantes russos para o continente africano são a PhosAgro (33%) e a EuroChem (25%).

Os produtores de fertilizantes russos expandem continuamente sua gama de produtos para os países africanos.

Por isso, desenvolveram novas marcas de fertilizantes com efeitos acidificantes mínimos, que são particularmente relevantes devido aos altos níveis de acidez dos solos locais. Também criaram marcas com alta solubilidade de granulos, essenciais em condições de clima seco. Além disso, esses fertilizantes contêm adição de cálcio, magnésio, enxofre, zinco e boro.

“Os fertilizantes russos não contêm concentrações nocivas de cádmio e outras substâncias tóxicas, garantindo a saúde dos solos e produtos agrícolas africanos”, salientou.

Segundo a fonte, a intenção dos produtores russos passa por aumentar os volumes e expandir a abrangência geográfica do fornecimento, actualmente 25 países, para abarcar os 30 países restantes.

“Pretendemos mais uma vez duplicar o envio para o continente africano nos próximos cinco anos” afirmou o presidente da RFPA.
Ainda falou de promover cooperação científica e técnica, troca de experiências na extracção e processamento de recursos minerais com produtores africanos de fertilizantes para implementar tecnologias modernas e eficientes nos seus processos produtivos.

Prometeu colaborar com instituições educacionais continentais para consciencializar agricultores e consumidores de produtos agrícolas sobre os riscos associados ao teor de metais pesados, principalmente cádmio, em fertilizantes.

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Fonte:Jornal Notícias

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