PROJECTO DE FERRO DE TETE: Estado coloca 10 por cento das acções na Bolsa de Valores

O GOVERNO pretende colocar a sua participação no projecto de mineração de ferro de Chiúta, província de Tete, à venda através da Bolsa de Valores de Moçambique (BVM).

O anúncio nesse sentido foi feito ontem pela ministra dos Recursos Minerais e Energia, Letícia Klemens, durante a cerimónia da assinatura do contrato mineiro com a Capitol Resources, empresa concessionária do projecto.

Sem avançar detalhes, Letícia Klemens referiu que, no total, o Estado pretende vender aos moçambicanos dez por cento das acções que detém, através da BVM.

“Queremos uma exploração de recursos minerais que observe os requisitos de sustentabilidade e da qual resulte a transformação da estrutura social e económica do país, conducente à potenciação dos benefícios esperados e, em particular, a melhoria das condições de vida dos moçambicanos”, referiu Klemens.

Sustentou que, para o alcance destes objectivos, a participação de empresas nacionais na cadeia de valor da exploração mineira é fundamental.

Já o director executivo do grupo Baobab Resources, incluindo a Capitol Resources, Ben Jamens, considerou que com o estabelecimento deste projecto de mineração e fabricação de aço, verticalmente integrada, Moçambique poderá tornar-se num exportador regional de aço.

Considerou que a assinatura do contrato mineiro constitui um marco significativo rumo à concretização dos objectivos mais amplos do projecto, que preconiza o estabelecimento da primeira empresa industrial de mineração e fabricação de aço.

Ben James garantiu que, ao transformar os recursos brutos de minério de ferro e carvão da província de Tete em aço de construção acabado, o país não só garante que toda a cadeia de valor permaneça onde ela pertence, em Moçambique, como também contribui para que o país se torne exportador desta importante matéria-prima.

A operação da mineração vai proporcionar um investimento de aproximadamente 20 milhões de dólares e criação de 100 postos de emprego directos, dos quais 90 por cento serão nacionais.

“O impacto social do projecto é relativamente pequeno, com cerca de 50 famílias que necessitam de reassentamento. Trabalhamos com o Governo local e famílias afectadas para identificar um local adequado para a vila de reassentamento. O local seleccionado é o mais próximo possível da mina, garantindo assim que as famílias permaneçam dentro de suas comunidades mais amplas e, ao mesmo tempo, possam desfrutar das oportunidades de emprego que o projecto trará no futuro”, indicou Bem James.