QUADROS do partido Frelimo na província de Maputo repudiam com veemência os ataques que têm estado a ser perpetrados por homens armados em vários distritos de Cabo Delgado.

O porta-voz da Frelimo na província de Maputo, Alves Cossa, que expressou este sentimento ontem no decurso da reunião de quadros, afirmou que os militantes e simpatizantes do partido nesta região do país estão preocupados com a onda de assassinatos a cidadãos indefesos em Cabo Delgado.

Encorajou o Presidente da República, Filipe Nyusi, a continuar a trabalhar para trazer a paz definitiva aos moçambicanos. Os militantes do partido no poder na província de Maputo apelam à Renamo para que faça a sua parte, no que diz respeito aos consensos alcançados sobre a desmilitarização dos seus homens armados.

Falando sobre a conferência de quadros da província, Alves Cossa disse tratar-se do culminar de um processo que começou nas células, círculos, zonas e distritos, e visa discutir internamente os melhores caminhos a seguir para garantir a vitória do partido nas eleições autárquicas de 10 de Outubro próximo e gerais e das assembleias provinciais de 2019.

“Os temas vão ser debatidos em grupos de trabalho e, no fim, vai ser elaborado um documento único que constitui linha de orientação da actuação da Frelimo na província. O que nós pretendemos é que cada militante se guie por esta linha. Ao fazermos isto, estamos a preparar-nos para as eleições, sabido que o lema da Frelimo é a vitória prepara-se, a vitória organiza-se”, disse, esclarecendo que o partido no poder não ganha as eleições só por ganhar, mas sim porque se organiza.

Corrigir falhas do passado

A CONFERÊNCIA de quadros da Frelimo na província de Maputo fez, essencialmente, introspecção crítica sobre algumas situações registadas nos processos eleitorais de 2013 e 2014.

Numa apresentação sobre a situação política do partido, para a reflexão dos membros, o académico Gulamo Taju referiu-se a algumas questões que terão contribuído positiva ou negativamente para os resultados eleitorais obtidos pelo partido no poder neste ponto do país.

Apesar de ser um documento inacabado e, portanto, susceptível de ser enriquecido, Taju falou da necessidade de o partido Frelimo avançar para as eleições autárquicas de 10 de Outubro e as gerais de 2019 com um olhar no passado. Segundo o académico, em 2013 a Frelimo ganhou em todas as autarquias existentes na província de Maputo, mas com uma queda de 19 por cento dos votos comparativamente a 2008.

Nas eleições gerais de 2014, o partido decresceu 20 por cento comparativamente a 2009. Quais terão sido os factores que levaram à vitória da Frelimo em todas estas eleições? O que é que está a fazer nas autarquias, nos âmbitos políticos e governativo e o que os militantes fazem para melhorar a imagem da Frelimo? São algumas questões colocadas por Gulamo Taju para reflexão.

Taju colocou ainda questões como: quais são as forças que dão robustez à Frelimo e como está o partido hoje? Que fraquezas internas existem? Segundo afirmou, em muitos relatórios que são apresentados em encontros de balanço ou de outra índole se diz, recorrentemente, que a situação política é favorável ao partido Frelimo ou que a produção aumentou, entre outras considerações.

Taju questionou por que razão então os resultados eleitorais do partido Frelimo registaram uma queda se os relatórios apontam que tudo corre a contento. Segundo o académico, o mercado político é competitivo, daí que é necessário identificar as ameaças a que o “produto” está sujeito, bem como as oportunidades que tem em relação a outros.

Segundo afirmou, é preciso que o partido esteja atento a muitos cenários, um dos quais atinente ao aparente trabalho intenso realizado visando levar as pessoas a recensearem-se. Sobre o recenseamento, Gulamo Taju propôs que se faça uma reflexão sobre o censo que recentemente terminou para tirar as devidas lições, tendo em vista as eleições gerais de 2019.

Propôs ainda que o partido tenha activistas políticos capazes de realizarem um trabalho de mobilização sério.

    Fonte:Jornal Notícias

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