Depois de eliminar a poderosa África do Sul, a missão dos Mambas é, agora, a de deixar para trás a Namíbia, na caminhada à final do torneio Cosafa. Chiquinho Conde estudou o adversário e tem expectativa de vencer e fazer história nesta competição regional.
Para trás ficou a anfitriã selecção da África do Sul, que é, ao mesmo tempo, a detentora do troféu conquistado ano passado. Uma vitória sofrida, segundo classificou o seleccionador nacional, no fim do jogo, em declarações à imprensa moçambicana.
Chiquinho Conde diz mesmo que “é essa sombra de dúvidas um momento para desfrutar”, até porque a equipa técnica assume que, desde que chegou ao comando técnico dos Mambas, tem a responsabilidade de inverter o ciclo que a selecção nacional vinha tendo nos últimos dias.
“Foi um jogo sofrido hoje (quarta-feira) porque temos que saber sofrer, e é bom para todos perceberem que a espaços os jogadores estão a evoluir naquele que é o conhecimento do jogo táctico, que é preciso saber fazer”, disse Conde, que acrescentou que “trabalhar sobre vitórias é muito mais fácil que trabalhar sobre derrotas, por isso estamos todos de parabéns”.
É que esta vitória sobre a África do Sul acaba por ser histórica, até porque “nunca antes tínhamos empatado e ganhado, nos penáltis, a África do Sul. Por isso, é um momento de viragem” mas, segundo o próprio Chiquinho Conde, é só um jogo ganho e agora “vamos pensar na Namíbia, porque a passar a África do Sul, obviamente que a nossa meta tem que ser a final. Esse é o nosso objectivo e, paulatinamente, vamos lá chegar”, assegura Conde.
PENSAR NA NAMÍBIA COM OS PÉS ASSENTES NO CHÃO
Ultrapassado o primeiro adversário, a África do Sul, Chiquinho Conde já pensa em como ultrapassar o próximo, a Namíbia. O seleccionador nacional diz que já está a estudar o adversário para não ser surpreendido.
“Aquilo que me apraz dizer, neste momento, é que temos uma equipa que vai encarregar-se de fazer um estudo daquilo que são os pontos fortes e os pontos fracos da Namíbia e vamos ver o que nós fizemos de bom neste jogo (com África do Sul) e o que podemos melhorar”, promete Chiquinho Conde.
No entanto, não é só melhorar. Há que fazer, também, algumas alterações na equipa que defrontou a África do Sul. “Vamos refrescar a equipa porque é necessário, mas não vamos refrescar muito, porque temos que manter a consistência”, realçou o seleccionador nacional.
Aliás, para o seleccionador nacional, Chiquinho Conde, “ainda não ganhamos nada”. Depois de vencer o campeão em título, “é preciso pensar jogo-a-jogo”.
Porém, o mais importante, na convicção de Conde, é que “se não der para ganhar, não deve dar para perder”.
“NÃO TRAGO VARINHA MÁGICA”
Os bons resultados que os Mambas têm estado a alcançar sob o comando técnico de Chiquinho Conde não deixam o treinador a “tocar o céu”. Muito pelo contrário, Chiquinho quer continuar a crescer, e sabe que o segredo para esses bons resultados não é ele, mas os jogadores. Afinal “não trago nenhuma varinha mágica e não sou melhor nem sou pior que os outros que passaram por aqui”.
“Uma coisa de que tenho certeza é que eu sou diferente”, revela o seleccionador nacional, que confessa que a única coisa que faz é “passar uma mensagem muito simples e muito clara para os jogadores e eles pegam nessa ferramenta e desfrutam do momento”.
Conde deixa um apelo à união: “em conjunto, podemos fazer melhor. Se todos estivermos a embarcar no mesmo sentido e a remar para o mesmo lado, obviamente, as coisas tornar-se-ão mais fáceis”.
Mambas em desvantagem contra Namíbia
No que diz respeito ao confronto directo, os Mambas levam grande desvantagem nos 18 jogos realizados diante da Namíbia. É que só venceram quatro jogos e perderam nove, para além de cinco empates.
Os Mambas venceram o primeiro e o último jogo realizados com os namibianos, nomeadamente, em 1995, para a fase de grupos do CAN 96, por 4-2, e o último embate no ano passado, na fase de grupos do Cosafa, por uma bola sem resposta.
As outras duas vitórias aconteceram no Cosafa de 2013, por uma bola sem resposta, e na fase de grupos de apuramento ao CHAN 2014, por 3-0.
De permeio, nove derrotas – as mais pesadas sofridas durante a fase de qualificação ao CAN 2019, nos dois jogos, bem como na final do Cosafa, em 2015.
Agora será a valer e para o tira-teimas. Os Mambas estão confiantes e esperam ultrapassar este adversário, rumo à final e à conquista histórica do título.
Fonte:O País