A JORNADA de plantio de árvores e mudas de acácias que decorreu há dias na cidade da Beira visa alertar sobre a grave situação ambiental que se vive naquele município, no país e em todo o mundo.

É um alerta que se pretende transmitir aos que, segundo os mentores da iniciativa, continuam a ignorar as chamadas de atenção para os necessários cuidados a ter com o ambiente.

Alfredo Zunguze, gestor de projectos da Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR), com o replantio de árvores pretendia-se igualmente criar condições de base para restituir as que, por razões diversas, ficaram destruídas, principalmente com a passagem, pelo município da Beira, dos ciclones Idai e Kenneth.

O plantio de mudas de acácias teve lugar ao longo da avenida das FPLM, nos bairros das Palmeiras e Macúti, no contexto da celebração do Dia Mundial do Combate à Poluição que anualmente se comemora a 14 de Agosto.

A actividade decorreu em parceria com o Conselho Municipal, Direcção Provincial da Terra e Ambiente e uma empresa do sector privado denominada Bureau Veritas, patrocinadora da acção.

Sobre o assunto, Alfredo Zunguze revelou que a sua agremiação já vem trabalhando com a autarquia e outros parceiros na reposição das árvores tombadas na sequência dos fortes ventos provocados pelos ciclones que assolaram a cidade da Beira num passado recente.

Recordou que no passado Dia Mundial do Ambiente, na zona do Manganhe, procedeu-se ao plantio das árvores posteriormente entregues à comunidade para cuidarem delas e garantirem que cresçam saudáveis.

“As árvores são especiais e fundamentais nas ruas e avenidas porque, além de resgatar a beleza da urbe, fornecem sombra aos citadinos”, justificou.

Num outro desenvolvimento, Zunguze fez saber que foram inaugurados três ecopontos com vista à recolha selectiva de resíduos sólidos e permitir que as pessoas possam ganhar mais consciência e não deitarem lixo no chão.

“Pretendemos, desta forma, reduzir a geração de resíduos e encaminhá-los para a reciclagem tendo em conta que a cidade produz muito lixo”, reconheceu, sublinhando que os locais onde foram instalados os ecopontos são muito movimentados e vão servir para que as pessoas depositem os resíduos no devido lugar.

De acordo com o gestor de projectos da AMOR, a agremiação tem como objectivo principal promover a reciclagem para mostrar que é possível reduzir os resíduos e encaminhá-los à reciclagem.

Acrescentou que a actividade é contínua e já montaram 15 ecopontos em duas escolas primárias e 13 secundárias e sete nas comunidades estando ainda prevista a sua colocação em outros estabelecimentos de ensino e locais. Apontou o caso da cidade de Dondo que está mais próxima da Beira. 

Por outro lado, a nossa fonte deu a conhecer que têm vindo a trabalhar com algumas empresas que, através do lixo reciclado, produzem cadeiras plásticas, bacias, copos e outros utensílios domésticos. Neste particular, contou que cerca de 600 mil quilogramas são reciclados anualmente.

Zunguze fez saber igualmente que uma outra parte de materiais é processada e encaminhada para fora do país.

Por sua vez, o representante da Bureau Veritas, Hernani Araújo, referiu que a sua instituição decidiu apoiar a iniciativa da AMOR com colocação de ecopontos como forma de contribuir para melhorar a situação ambiental através da recolha de resíduos sólidos.

“Como nossa responsabilidade social aceitamos apoiar este projecto visto que é um bem para todos. Não podíamos ficar alheios a esta iniciativa. Esperamos que as pessoas cuidem bem dos ecopontos com vista a permanecerem por longos anos”, recomendou.

Fonte:Jornal Notícias

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