Está em marcha, desde a última sexta-feira, 28 de Fevereiro, a retirada, dos supermercados e diferentes centros comerciais, de produtos enlatados da marca “Pilchards, por se ter confirmado serem impróprios para o consumo humano. Entretanto, três dias após o início da operação, a Inspeçcão Nacional das Actividades Económicas (INAE) diz estar a enfrentar dificuldades para recolher o produto junto dos comerciantes informais.

 

Em conferência de imprensa, concedida esta segunda-feira, em Maputo, a Inspectora-geral da INAE garantiu que o sector informal “tem muito deste produto”, porém, “em vez de recolher ou comunicar a INAE, estão a esconder o produto”, pelo que “reiteramos o apelo ao consumidor para que verifique as latas de 400 gramas dos produtos Pilchards com os lotes indicados porque podem ser prejudiciais à saúde”, disse Freitas.

 

Até esta segunda-feira, segundo Rita Freitas, a INAE tinha recolhido 18.983 latas de sardinhas, suspeitas de estarem contaminadas em várias delegações, com maior destaque para a Cidade de Maputo (8.340) e as províncias de Inhambane (6.544), Nampula (1.117), Sofala (988) e Maputo (634). O produto recolhido é avaliado em 1.684.174 Mts, tendo em conta o preço vendido ao consumidor final.

 

Na sua intervenção, Freitas afirmou que as sardinhas contaminadas estão associadas à marca Pilchards, sendo o lote ZST29 e ZSC29. Afirmou que, diferentemente dos informais, os agentes económicos têm estado a colaborar com a instituição que dirige, visto que alguns aproximaram-se a esta para informar que tinham o produto e que já fizeram a separação.

 

De acordo com as explicações dadas por Freitas, a recolha de todos os produtos não é sinónimo de que os mesmos tenham problemas, mas visa garantir a saúde dos consumidores. “Neste momento, segue-se a fase da verificação de cada lote para depois proceder-se com a destruição. Entretanto, é difícil ter-se os números das quantidades deste produto existente no país, tendo em conta que existem aqueles que entram de forma ilegal”, sublinhou a fonte.

 

“Neste momento, estamos em contacto com a Autoridade Tributária sul-africana para termos a informação das quantidades que foram importadas, para saber quem são os retalhistas que importaram para que se faça um trabalho para ter ideia das quantidades ainda existentes destes produtos no país. E, neste trabalho, sabemos que há informais que acabam não declarando seus produtos e esta é a parte mais crítica do trabalho. Assim, devemos ter em conta este lado”, referiu Rita Freitas.

 

De acordo com a representante da Direcção Nacional de Saúde Pública, Ana Paula Cardoso, os consumidores e os revendedores deste produto devem ter em conta o perigo que os mesmos representam à saúde, por isso, apela-se para que não consumam e nem mantenham o mesmo nas suas prateleiras.

 

“É importante que os consumidores tenham em mente que se trata de uma substância química da lata, que está a passar para o produto e o impacto da saúde pode não ser visível hoje, mas terá consequências muito graves a longo prazo, causando doenças como cancro e outras mais graves e quanto mais ficar armazenado o risco poderá ser maior”. (Marta Afonso)

Fonte: Carta de Moçambique

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